O Censo de Moradia QuintoAndar, feito em fevereiro de 2022 em parceria com o DataFolha, mostrou que 87% dos 3.186 entrevistados querem ter casa própria. Para eles, ter uma residência em seu nome representa segurança, patrimônio e independência financeira. E, para a maioria dos brasileiros, o financiamento imobiliário é a porta de entrada desse sonho, que custa caro, envolve muita burocracia e é uma dívida assumida por muito tempo. Por isso, é importante saber como financiar um imóvel para tomar as decisões certas.
Como financiar um imóvel?
Basicamente, financiar um imóvel é fazer um acordo com uma instituição financeira. É um empréstimo, no qual ela paga o imóvel ao proprietário e você devolve o dinheiro para o banco a longo prazo, em parcelas acrescidas de juros e outros encargos. os juros, aliás, estão abaixo de 10%. Clicando aqui você confere essa dica
Enquanto isso, o imóvel fica em nome da instituição fiadora como garantia, passando para o seu quando o empréstimo é quitado.
Para financiar um imóvel é preciso ter um valor para a entrada, que pode variar de acordo com a instituição credora. Em algumas startups é possível financiar até 90% do valor do imóvel, em outras é exigida uma entrada de no mínimo 30% do preço total. Já o prazo para pagar o financiamento pode chegar a 35 anos.
Os imóveis financiados podem ser novos, usados, na planta ou em construção. Já os recursos usados no financiamento vêm de fontes como a caderneta de poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas também da emissão de títulos como letras de crédito imobiliário (LCIs), certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e cédulas de crédito imobiliário (CCIs).
Quem pode financiar um imóvel?
Sabia que os financiamentos imobiliários cresceram 5% no primeiro semestre desse ano? Nós preparamos um conteúdo sobre isso. A propósito, a Caixa Econômica Federal é líder quando o assunto é financiamento imobiliário, mas há muitas opções no mercado.
Há os bancos tradicionais, construtoras e as fintechs. Essas últimas são startups financeiras que costumam ser menos burocráticas, e, muitas vezes, menos exigentes em alguns pontos como a comprovação de renda.
Porém, de um modo geral, há alguns requisitos em comum:
- Ser brasileiro nato, naturalizado ou estrangeiro com visto de residência permanente;
- Ter renda comprovadamente compatível com o financiamento pretendido;
- Não ter problemas com a Receita Federal nem com a Previdência Social;
- Ter 18 anos ou mais ou ser emancipado com 16 anos;
- Estar com o nome limpo.
A propósito, aqui você pode conferir o check-list que preparamos sobre o assunto.
Quais os documentos necessários para financiar um imóvel?
Dependendo da instituição, a lista de documentos para financiar um imóvel também pode ser um pouco diferente. Mas normalmente é preciso apresentar:
- Certidão de nascimento ou casamento;
- Declaração de Imposto de Renda;
- Comprovante de residência;
- Holerite mais recente;
- Carteira profissional;
- Extrato bancário;
- Identidade.
- CPF.
Já em relação ao imóvel, é preciso apresentar a certidão atualizada da matrícula no Registro de Imóveis. Esse documento é imprescindível e precisa estar regularizado em nome do vendedor. Também não pode haver dívidas de IPTU ou condominiais.
Já para quem é autônomo, a comprovação de renda é mais complicada sem um holerite mensal. Porém ela pode ser feita através do contrato de prestação de serviço, da declaração do Imposto de Renda, de recibos de trabalhos realizados, de uma declaração do sindicato da categoria ou de uma Declaração Comprobatória de Recepção de Rendimentos (Decore) feita por um contador.
Quais são os tipos de financiamento imobiliário?
Há vários tipos de financiamento imobiliário – e há mudanças significativas entre eles. É preciso conhecer bem para entender qual é mais estratégico para o seu caso.
Sistema Financeiro de Habitação (SFH)
Nessa modalidade é possível usar o FGTS e a poupança para liberar o financiamento. É o tipo mais comum, mas não é possível acumular com outro financiamento imobiliário em andamento.
Além disso, tem limites bem definidos, como valor máximo do imóvel estipulado em R$1,5 milhão e comprometimento máximo de 30% da renda bruta familiar.
Por outro lado, as regras determinam ainda taxa máxima de juros de 12% ao ano, e o imóvel deve constar no cartório de registro, ser residencial e urbano, novo ou usado. No entanto, ele precisa estar situado na mesma região em que o consumidor mora ou trabalha há um ano ou mais.
O imóvel também não pode ter sido comprado com a utilização do FGTS nos três anos anteriores. Esse sistema sobre no máximo 80% do valor do imóvel. No entanto, uma das vantagens é que o FGTS pode ser usado para completar os 20% necessários na entrada, para quitar as parcelas ou reduzir o seu valor. Mas isso só é possível se for o primeiro a ser comprado dessa forma e seja residencial.
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI)
Desde agosto de 2021 passou a ser possível utilizar o FGTS para reduzir o saldo devedor do imóvel, desde que seja o primeiro a ser adquirido, ou para abater até 80% da prestação em 12 meses. E se quiser saber mais, aqui você encontra todos os financiamentos que aceitam o FGTS.
Mas para comprar pelo SFI o imóvel deve custar acima do teto permitido pelo SFH, isto é, mais de R$1,5 milhão. O financiamento pode chegar a 90% do valor total, mas a taxa de juros é variável. O prazo é de até 35 anos.
Também não há limite de comprometimento de renda com as parcelas do financiamento.
Casa Verde e Amarela
O Casa Verde e Amarela é um programa habitacional do governo federal que substituiu o Minha Casa Minha Vida e ajuda as famílias de baixa renda a comprar a casa própria. Mas é preciso que a família se encaixe em determinados requisitos para usufruir de benefícios como subsídios e juros reduzidos.
Construtoras
Também é possível financiar um imóvel diretamente com a construtora ou incorporadora quando o empreendimento ainda está na planta ou em construção.
Nesse caso, as chaves são entregues após 30% ou 40% do valor do imóvel já pagos. O restante, então, pode ser pago através de financiamento com alguma instituição financeira ou com a própria empresa que está fazendo a obra.
Mas atenção, porque quando isso acontece os prazos para quitação costumam ser menores e, consequentemente, as prestações mais altas.
Em quanto tempo o financiamento imobiliário é liberado?
Geralmente o financiamento imobiliário é liberado em cerca de 40 dias. Mas o ideal é pesquisar as instituições que oferecem as melhores condições de juros, prazos e Custo Efetivo Total (CET) com antecedência.
Geralmente o banco no qual você já tem um relacionamento costuma oferecer facilidades para os clientes na negociação. Assim, quanto melhor for o seu perfil como correntista – como ter conta há longo prazo, investimentos, saldo sempre positivo, etc – mais vantajosas devem ser as condições oferecidas.
Quem é autônomo, por exemplo, ganha pontos ao regularizar a situação saindo da informalidade. Um profissional que se torna microempreendedor individual (MEI), por exemplo, se mostra mais organizados e economicamente confiável para os bancos.
Confira um passo a passo para financiar um imóvel
Financiar um imóvel é um compromisso muito importante. Uma dívida alta e por muito tempo, por isso o ideal é procurar uma boa consultoria especializada para ajudá-lo no processo. Mesmo assim é sempre bom conhecer o passo a passo:
- Analise sua situação financeira e faça um planejamento. Veja o máximo que pode dar de entrada para financiar menos. Mas não comprometa sua renda até o limite, lembre-se que é um compromisso longo;
- Pesquise bastante os bancos e as taxas, sempre fazendo simulações. Busque um imóvel dentro da sua realidade financeira;
- Reúna todos os documentos necessários e regularize qualquer pendência;
- Entre em contato com a instituição escolhida para financiar um imóvel. Entregue os documentos e aguarde o período de checagem das informações e avaliação da sua capacidade de pagamento;
- Depois de aprovado, o banco entrará em contato. Será feita uma avaliação do imóvel escolhido e o contrato será redigido para a assinatura das partes e entrega do imóvel.
Procure sempre estar bem amparado por um corretor de confiança. Um bom especialista no mercado imobiliário será sempre seu melhor amigo nessas horas!
Esperamos ter ajudado! Até as próximas dicas!