No mercado imobiliário, encontrar o imóvel ideal para o comprador é um desafio constante. Pensando nisso, nasceu o portal Meu Imóvel, em 2015, fundado pelos irmãos Rafael Pizzotti Machado e José Eduardo Pizzotti Machado e por seu pai José Eduardo Pizzotti Machado. O portal utiliza tecnologia avançada para otimizar a busca de imóveis, oferecendo um algoritmo de recomendação personalizado e um sistema de triangulação de pontos de interesse.
Após oito anos, Meu Imóvel se destaca no mercado, gerando mais de 1 milhão de leads e participando de mais de 12 mil vendas, movimentando cerca de R$ 6 bilhões. Grandes construtoras como Cyrela, EZTec e Even reconhecem o portal como líder em performance.
Recentemente, o Papo Imobiliário conversou com José Eduardo, cofundador e CFO do Meu Imóvel.
Com formação em administração pelo Insper e experiência no mercado financeiro, sua paixão pelo setor imobiliário, inspirada pelo pai, levou à criação do portal, que se diferencia por soluções inovadoras e tecnologia de ponta. Confira a entrevista completa:
Gostaríamos de conhecê-lo melhor, por esse motivo, pode dividir conosco um pouco sobre sua trajetória pessoal? Quais foram suas principais influências?
“Claro, sou formado em administração de empresas no Insper e comecei minha carreira no mercado financeiro fazendo gestão patrimonial, trabalhando com investimentos e atendendo clientes e sempre gostei muito da dinâmica complexa do mercado imobiliário. A sociedade é composta por mim, meu irmão e meu pai, que tem 40 anos de experiência no setor e foi a grande influência para o começo da nossa jornada. Hoje toco o financeiro e comercial da nossa empresa.”
Como você começou sua carreira no mercado imobiliário? Houve algum evento específico que o motivou a entrar na área?
“Tudo começou com a expectativa de ter o próprio negócio. Começamos uma empresa que era uma rede social, mas terceirizávamos a programação e vimos, depois de muitos problemas, que precisávamos ter alguém dentro de casa que fizesse essa área tão importante. Com isso, direcionamos meu irmão e sócio para estudar programação e ser o responsável pela área. Para não testar o conhecimento adquirido direto na empresa, fizemos um projeto piloto no mercado imobiliário, que nosso pai sempre disse ser muito interessante, complexo e cheio de oportunidades, e enxergamos um nicho de atuação no mercado de portais. Fizemos um MVP (produto mínimo viável), mostramos a uns clientes, que gostaram muito da ideia, e migramos 100% para o que hoje é o Meu Imóvel.”
Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao longo de sua jornada profissional e como você os superou?
“O momento de mercado era super desafiador. Começamos em 2015, talvez no auge de uma crise política e econômica e começamos a trabalhar, basicamente, com estoque – onde há apenas o resíduo de verba, ou seja, poucos recursos disponíveis, e os produtos por algum motivo não foram vendidos na fase de lançamento, então não era um trabalho fácil. Enfrentamos tecnicamente um momento delicado, mas que por ser difícil nossos clientes estavam precisando de novidades e soluções diferentes, que trazíamos e conseguimos transmitir bem nossa filosofia, que casou com a ideia da maioria dos clientes e o início dos relacionamentos comerciais foi uma consequência.”
Poderia nos dar uma visão geral sobre o Meu Imóvel? Qual é o seu modelo de negócio e quais serviços vocês oferecem e como se diferenciam dos demais portais de imóveis?
“Nosso modelo de negócios é a comercialização de potenciais compradores dos imóveis de nossos clientes. Basicamente eles disponibilizam em nossa plataforma as informações dos produtos que querem vender e, com um algoritmo proprietário baseado na leitura do perfil de quem busca, fazendo o “match” com produtos com características que atendam o consumidor, nós ordenamos com base em critérios mais eficientes, portanto o usuário dedica menos tempo buscando boas opções e as incorporadoras e construtoras, que anunciam, são mais assertivas nos investimentos. Os demais portais têm dinâmicas próprias e bem diferentes de ordenação.”
Pensando no hoje, quais principais características do Meu Imóvel que são fundamentais para o momento atual? Pensando em clientes, hábitos e comportamento.
“Seguindo a tendência de mostrar conteúdo importante para quem está consumindo, tenho certeza que nosso algoritmo de ordenação, hoje, permite que o usuário aproveite muito melhor o tempo dele na jornada de buscar imóveis novos. Os hábitos e comportamentos dos usuários mudaram muito, migrando para eficiência e grau de importância do que é impactado, como vemos nas redes sociais. Já se foi a época de bombardear os consumidores com qualquer conteúdo, e essa necessidade de acertar fez com que o Meu Imóvel se destacasse.”
Como você enxerga a importância da tecnologia e da inovação no setor imobiliário, principalmente em se tratando da oferta de imóveis para o consumidor final?
“O mercado imobiliário, por ter ciclos longos, ser um mercado muito difícil de atuar, tinha uma alta tendência em resistir à tecnologia. Por isso, havia enormes oportunidades no setor, o cliente final era sempre colocado em último lugar, era abordado de inúmeras formas e na maioria das vezes tinha experiências ruins. A tecnologia veio para mudar isso, hoje o consumidor tem acesso a muito mais informações de ofertas de produtos, está muito mais seletivo e entende mais do mercado pois é mais abastecido com informações. Dessa forma, a tecnologia veio para ajudar o consumidor e, também, quem vende, quando sabem usá-la a seu favor.”
Quais são os maiores desafios que sua empresa enfrenta atualmente e quais estratégias vocês enxergam como cruciais para superá-los?
“Hoje a tecnologia está virando commodity, todos terão acesso a algum tipo de tecnologia. O nosso grande desafio, hoje, está em termos mais dados para tomada de decisão em conjunto. Ainda que o mercado tenha evoluído muito, é um setor muito protetor de dados no sentido de que poucos resultados detalhados são compartilhados. Nosso grande desafio para melhorar é esse, ter acesso ao funil de vendas como um todo. Além disso, tem a parte econômica também, em que instabilidades afetam muito o setor. Nossa principal estratégia é manter os bons relacionamentos comerciais, sempre próximos aos clientes, entendendo necessidades dos mesmos, e buscar passar nossa filosofia de trabalho e nosso DNA para atrair e reter cada vez mais clientes, seja nos ciclos de alta ou de baixa.”
Na sua opinião, quais são as principais tendências do mercado imobiliário para os próximos anos, especialmente em relação à forma de se comunicar com o cliente final?
“Na minha visão, assim como todo tipo de comunicação, eu acredito que o mercado imobiliário deve trazer muito mais eficiência na jornada de compra do cliente, tentando sempre suavizar a experiência do cliente utilizando os avanços tecnológicos. IA é um exemplo óbvio e necessário para sucesso nessa transição. Acredito que uma comunicação mais transparente, rápida e assertiva tende a dominar o mercado imobiliário.”
Como você vê a relação entre o vendedor, corretor de imóveis e comprador? A tecnologia pode reforçar o papel de cada um deles?
“Eu continuo vendo o papel de cada um nesse processo, todos fundamentais, e certamente a tecnologia pode reforçar o papel deles, principalmente do corretor. Os que usarem a tecnologia a seu favor certamente terão números e performance muito acima dos demais, pois será necessário para o que comentei da melhor experiência, tanto do comprador como do vendedor. A assertividade dos anúncios, junto à eficiência do atendimento, tende a poupar tempo de todo mundo e gerar mais negócios no fim.”
Que conselhos você daria para novos investidores que estão interessados em entrar no mercado imobiliário, seja para inserir soluções como startups ou clientes finais interessados em patrimônio?
“Esse mercado é complexo, como eu disse, porém ainda cheio de oportunidades e carente de novas soluções. Meu principal conselho seria, caso você tenha uma boa ideia que trará uma solução nova e interessante para os agentes de mercado, confie em você, traga boas pessoas para perto e tente se comunicar com a melhor clareza possível, sendo objetivo, que o mercado pode abrir as portas. Haverá bastante dificuldade, mas com boas ideias, persistência e capital humano de qualidade, certamente prosperará.”
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