Gabriel Fraga, um jovem de 19 anos de Bom Despacho, está prestes a iniciar as aulas de seu cursinho pré-vestibular para medicina em Belo Horizonte. Filho de uma professora e um pedreiro, ele conquistou uma bolsa de 60% para o cursinho, mas ainda enfrenta o desafio de encontrar um lugar para morar na capital mineira.
Gabriel busca uma vaga em uma república na região central, mas tem enfrentado dificuldades, com proprietários desmarcando visitas aos imóveis. A oportunidade é crucial para Gabriel, e ele está determinado a não perder essa chance.
O aumento da demanda por aluguéis em Belo Horizonte tem sido significativo, especialmente entre os estudantes que vêm do interior do estado em busca de moradias acessíveis e seguras. De acordo com dados da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), em janeiro deste ano, houve um aumento de 16% na procura por aluguéis na cidade, com um crescimento ainda mais expressivo de 22% no número de acordos fechados em comparação com o ano anterior.
Bairros como Buritis, Savassi e Coração Eucarístico, próximos às principais universidades de BH, experimentaram um aumento de cerca de 26% na demanda em janeiro, evidenciando a preferência dos estudantes por essas áreas.
Gabriel está enfrentando dificuldades para encontrar um lugar para morar próximo ao Mercado Central, dentro do seu orçamento de até R$ 950, devido aos altos preços de aluguel na região, que geralmente variam entre R$ 1.200 e R$ 1.600. Determinado a encontrar uma solução, ele decide ampliar sua busca para outras áreas da capital, como os bairros Gameleira, Nova Suíça e Gutierrez, localizados na região Oeste.
No entanto, suas tentativas são frustradas ao deparar-se com anúncios bizarros, como um quarto improvisado em uma área de lavanderia por R$ 1.000, e proprietários solicitando pagamentos via Pix para garantir a reserva do imóvel, prática ilegal que pode indicar um golpe.
Pouca oferta e preços salgados para aluguel
Com base na pesquisa conduzida pela reportagem de O Tempo, em parceria com a Netimóveis, sobre o mercado de aluguéis em Belo Horizonte, algumas tendências se destacam. No Coração Eucarístico, bairro próximo à Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), há uma escassez de opções de apartamentos disponíveis, com apenas 18 unidades listadas. Os preços variam de R$ 1.500 a R$ 4.600, refletindo uma demanda aquecida por parte dos estudantes da universidade.
No Buritis, onde estão localizados campus de instituições como UniBH, Una e Anhanguera, a oferta é mais diversificada, com 55 apartamentos disponíveis. No entanto, os valores de aluguel são mais elevados, começando em R$ 2.000 e podendo alcançar até R$ 7.000, refletindo talvez uma maior procura por espaços de moradia nessa região.
Por fim, na Savassi, área que também abriga unidades da PUC Minas, há 40 anúncios de apartamentos disponíveis, com uma ampla variação nos preços, que vão de R$2.000 a R$26.000.
No novo plano diretor de Belo Horizonte, todo imóvel está sujeito a um limite de construção correspondente à área do terreno. Para construções além desse limite, como prédios, é necessário pagar uma taxa à prefeitura. Um projeto aprovado na Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito reduziu essa taxa pela metade, visando incentivar novos empreendimentos imobiliários na cidade.
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Informações retiradas de Shirley Pacelli à O Tempo