O sonho da casa própria continua a ganhar força em Minas Gerais. Até o final de 2024, o mercado imobiliário mineiro deve movimentar R$8,8 bilhões, com destaque para a classe C, que lidera o crescimento das aquisições. Segundo levantamento do IPC Maps, divulgado recentemente, as compras de imóveis por essa faixa da população cresceram 15,4%, enquanto o aumento geral no estado foi de 6%.
Na construção civil, a classe C também se destacou, representando 16,5% do avanço na compra de materiais, superando a média estadual de 8,4%. Ao todo, o setor de imóveis e construção em Minas deve movimentar R$36,9 bilhões, com a classe B e C somando R$5,8 bilhões desse total.
Para as classes mais altas, o panorama é diferente. A classe A, por exemplo, movimentará R$2,9 bilhões em transações imobiliárias, menos da metade do valor registrado nas classes B e C. Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, a estabilidade econômica e o aumento da renda têm sido cruciais para esse comportamento.
“Para a maior parte da população, a residência é um sonho. E sempre que temos momentos de melhoria de renda e emprego, como agora, essa população se sente segura em realizar esse sonho. E aí ela vai dar uma pequena entrada, vai pagar aquele valor pequeno durante o período de construção e, de repente, vai assumir um financiamento para a vida inteira, mas vai fugir do aluguel”, explicou Pazzini.
Cenário nacional e em Belo Horizonte
Os números positivos não se restringem a Minas Gerais. Em todo o Brasil, os setores de construção e imobiliário devem movimentar R$370,6 bilhões em 2024, um aumento de 10,3% na compra de imóveis, que alcançará R$114,6 bilhões. Já o segmento de materiais de construção deve movimentar R$256 bilhões, crescendo 8,3% em relação ao ano anterior.
Em Belo Horizonte, a tendência se confirma. As categorias de renda mais baixa registraram crescimento acima da média na aquisição de imóveis. A classe C viu um aumento de 18,7% no volume de negociações, enquanto as classes D e E registraram crescimento de 9,5%.
Melhoria de renda estimula o mercado
O fortalecimento do mercado imobiliário está diretamente ligado à melhora nos indicadores econômicos. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, no segundo trimestre de 2024, a força de trabalho no Brasil chegou a 109,4 milhões de pessoas, enquanto a população ocupada alcançou 101,8 milhões, os melhores números desde 2012.
A renda média também apresentou aumento real de 5,8%, encerrando o período em R$ 3.214. Já a massa salarial cresceu 9,2% em termos anuais, atingindo R$ 322,6 bilhões.
Mesmo com o aumento da taxa Selic para 11,25%, Pazzini acredita que o impacto no mercado imobiliário será limitado. “A alta dos juros sempre impacta o mercado, mas é uma alta que, neste momento, está implementada muito mais para segurar a disparada da inflação do que para segurar a demanda. Essa população, se tiver condição financeira, de melhoria do rendimento domiciliar que permita a condição de pagar por um imóvel próprio, vai fazer essa escolha”, afirmou.
Perspectivas para o setor
Além do crescimento da demanda, o setor imobiliário também registrou expansão no número de indústrias e comércios varejistas. Desde 2023, foram abertas 168.760 novas unidades no segmento, totalizando 2,2 milhões de estabelecimentos em funcionamento no Brasil.
O estado de São Paulo lidera a movimentação financeira no setor, com previsão de R$ 105,2 bilhões em negociações até o final do ano.
Com a combinação de estabilidade econômica, aumento de renda e forte demanda, o mercado imobiliário segue otimista, especialmente entre as classes B e C, que veem no momento uma oportunidade para realizar o sonho da casa própria.
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Informações retiradas de Tempo e Economia