Se depender do hub global “Cidades do Futuro“, daqui a 10 anos São Paulo será uma das grandes metrópoles do mundo transformada em “cidade inclusiva”. Esse termo é usado para projetos onde há o uso da tecnologia para promover a sustentabilidade, a adesão da natureza em espaços tomados por prédios, transportes inteligentes e tantas outras inteligências sustentáveis, que foram discutidas em um evento na Cidade Matarazzo.
O Cidades do Futuro é uma iniciativa do Aya Earth Partners e tem como foco ações e soluções que fomentam a justiça climática, aceleram a transição net zero e impulsionam a economia nature-positive. O evento, que aconteceu no final de setembro, reuniu executivos e líderes mundiais como representantes das Nações Unidas e empresas que fazem parte do World Bank Group.
São Paulo deve ficar mais verde e integrada
A ideia é que as transformações em São Paulo, torne a cidade mais verde e integrada dentro de dez anos. E, para isso, o projeto espera contar com o apoio e a participação de governadores e empresários dos mais diversos ramos.
De acordo com a cofundadora da Aya Earth Partners, Patricia Ellen, é importante melhorar a qualidade e o acesso à tecnologia em casa, evitando o deslocamento desnecessário das pessoas. Principalmente em relação aos processos burocráticos nas áreas da saúde, infraestrutura e segurança.
“Nós temos uma grande oportunidade de alavancar a tecnologia para que possamos ter cidades mais verdes, mais sustentáveis e mais humanas”, afirma.
Já o economista agrícola sênior do The World Bank Leonardo Bichara Rocha diz que a população quer espaços mais integrados e mais verdes nas cidades. E que as empresas precisam utilizar o conceito proposto para as cidades do futuro envolvendo técnicas diferentes de tecnologia com custos mais acessíveis para a população.
Bahia larga na frente e terá primeira cidade inteligente
O evento também apresentou a Kei Cities, uma empresa de tecnologia e desenvolvimento que projeta, opera e certifica sistemas urbanos resilientes. A companhia, com sedes em Barcelona, Luxemburgo e Salvador, já iniciou a construção da cidade inteligente “Aguaduna”, que está localizada no município de Entre Rios na Bahia.
A cidade terá enormes áreas verdes, carros elétricos e zero postos de combustível. Parte do plano envolve um terminal transmodal, com a dupla tarefa de deixar veículos poluentes do lado de fora e oferecer alternativas sustentáveis para quem entrar na cidade – bikes, scooters ou transporte público. Além disso a cidade estará toda conectada e falhas em equipamentos públicos (semáforos, iluminação, etc) serão automaticamente reportadas para que seja realizado a manutenção. Haverá também recursos para captação e reaproveitamento da água da chuva para irrigação de áreas de paisagismo e sistema alimentar;
Singapura é um exemplo real de Cidade do Futuro
Faz apenas 57 anos que Singapura se tornou um Estado independente e soberano. De lá pra cá, muita coisa mudou, e a cidade que antes era apenas uma ilha pobre, hoje é o 4º país mais rico do mundo e um exemplo em planejamento urbano.
Singapura figura entre as 10 cidades mais sustentáveis do mundo e vem continuamente construindo sua reputação como uma “cidade na natureza”. Seu planejamento urbano se destaca pela adoção de projetos sustentáveis e tecnológicos, que incorporam a vida vegetal através de telhados verdes, jardins verticais escalonados ou paredes com plantas. Dentre as ações realizadas no projeto de Singapura, destaca-se:
- Trazer a natureza para perto das pessoas
- Priorizar as opções verdes de transporte e de construção
- Gerenciamento de água de ponta: a cidade tem um sistema de reuso, captação e dessalinização de água
Além dos inúmeros parques e arvores espalhadas por toda a cidade, os prédios e construções também tem aderido ao verde, até o aeroporto da cidade possui uma floresta com cachoeira dentro das suas instalações. Veja as fotos