A província de Guangdong, a mais rica da China, está investindo cerca de 15,9 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 12,5 bilhões) na recompra de terrenos não desenvolvidos de incorporadoras e veículos de financiamento do governo. A iniciativa visa reduzir as dívidas do setor e revitalizar o mercado imobiliário local.
As aquisições começaram após o feriado do Ano Novo Chinês, em 4 de fevereiro, utilizando bônus especiais do governo local. No total, 44 terrenos estão sendo adquiridos.
Zhuhai lidera o movimento na China
Zhuhai destaca-se ao destinar mais de 6,6 bilhões de yuans (cerca de R$ 5,2 bilhões) para a recompra de 14 lotes. Outras cidades, como Huizhou, Zhongshan e Maoming, também participam, com investimentos superiores a 1 bilhão de yuans (aproximadamente R$ 787 milhões) cada. Guangzhou, a capital da província, alocou 920 milhões de yuans (cerca de R$ 724 milhões) para a iniciativa.
Os governos locais estão adquirindo os terrenos por valores inferiores aos pagos originalmente pelas incorporadoras. Por exemplo, em Zhuhai, dois lotes foram recomprados por 1,8 bilhão de yuans (aproximadamente R$ 1,4 bilhão), representando uma redução de 14% em relação ao preço original de 2,1 bilhões de yuans (cerca de R$ 1,7 bilhão) em 2023. Essas áreas serão destinadas a projetos residenciais, comerciais e turísticos.
Medida busca estabilizar o mercado
Especialistas acreditam que a recompra ajudará a aliviar a pressão financeira sobre as incorporadoras e a garantir a conclusão de empreendimentos. Além disso, a redução da oferta de terrenos pode contribuir para evitar um excesso de imóveis no mercado, mantendo os preços estáveis.
A iniciativa beneficia principalmente incorporadoras estatais e veículos de financiamento do governo, que possuem estruturas de ativos mais transparentes. Empresas privadas enfrentam desafios para participar, devido a dívidas, hipotecas e disputas judiciais relacionadas aos seus terrenos.
Apoio governamental da China à recompra de terras
Em junho de 2024, o governo chinês anunciou que administrações locais poderiam utilizar fundos especiais para revitalizar terras ociosas. Em novembro, foram estabelecidas diretrizes proibindo que esses terrenos fossem revendidos em leilões no mesmo ano, permitindo a reintrodução gradual no mercado apenas se houver demanda.
Antes de Guangdong, outras cidades chinesas, como Yueyang, Kaifeng e Jinhua, já haviam adotado medidas semelhantes. Para 2025, estima-se que o governo chinês destine cerca de 1 trilhão de yuans (aproximadamente R$ 787 bilhões) para iniciativas desse tipo, abrangendo entre 100 e 200 milhões de metros quadrados.
A recompra de terras é uma tentativa do governo de mitigar os efeitos da crise imobiliária e garantir maior equilíbrio no setor.
Nota: As conversões de yuan para real foram realizadas com base na taxa de câmbio de 1 yuan = 0,7874 real, conforme disponível em Investing.com em 14 de fevereiro de 2025.
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Informações retiradas de China2Brazil para a Exame