A gigante imobiliária chinesa, Evergrande, apresentou uma proposta de reestruturação para suas enormes dívidas, em meio à luta contra uma petição judicial de liquidação apresentada por credores em Hong Kong. A empresa enfrenta passivos estimados em mais de US$300 bilhões e está à beira da falência.
Os credores tiveram a opção de trocar suas dívidas por novas notas emitidas pela empresa e ações em duas subsidiárias. A crise da Evergrande reflete a crise mais ampla no setor imobiliário da China, que enfrenta uma repressão das autoridades desde 2020.
Avião será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo
A gigante imobiliária chinesa Evergrande publicou na noite de quarta-feira suas planilhas de termos, um marco positivo substancial para a empresa que está buscando reestruturação para retomar suas operações e resolver problemas financeiros. A empresa afirmou que precisa de até US$44 bilhões em financiamento adicional nos próximos três anos para garantir a entrega das propriedades e retomar a produção.
A próxima audiência no caso de liquidação de Hong Kong está marcada para 31 de julho, com a Evergrande prevendo 1º de outubro como a data limite para que seu plano de reestruturação entre em vigor. Os termos alcançados entre a empresa e o grupo de credores em Hong Kong provavelmente serão adotados por outros credores offshore, de acordo com Neil McDonald, sócio da Kirkland and Ellis LLP, escritório de advocacia americano que está assessorando os peticionários.
A gigante imobiliária chinesa, espera que um acordo de suporte à reestruturação para todos os seus credores esteja pronto até o final de março, com votação de adoção e aprovação do tribunal planejada para maio e julho, respectivamente. A empresa também deve apresentar propostas de reestruturação nas Ilhas Cayman e nas Ilhas Virgens Britânicas em uma audiência em julho.
É importante notar que o sucesso dos esquemas de liquidação da dívida offshore da Evergrande não está vinculado legalmente às dívidas da empresa na China continental, onde a maioria de seus ativos está localizada. A empresa anunciou no ano passado planos para se transformar em um império de veículos de nova energia, mas entregou menos de mil veículos desde que a produção em massa começou em setembro passado.
“Na ausência de novos financiamentos, a Evergrande NEV enfrentará o risco de paralisação”, disse a empresa no documento, referindo-se ao seu novo negócio de veículos de energia.
O setor imobiliário da China continua agitado, com grandes incorporadoras – incluindo Evergrande – falhando em concluir projetos habitacionais, provocando protestos e boicotes de hipotecas de compradores de imóveis. Empresas menores não pagaram empréstimos ou tiveram problemas para levantar dinheiro desde que o governo impôs restrições mais rígidas aos empréstimos em 2020.
Em novembro, o regulador bancário e o banco central da China emitiram novas medidas para promover o “desenvolvimento estável e saudável” do setor imobiliário. Eles incluem suporte de crédito para desenvolvedores endividados, suporte financeiro para garantir que os projetos sejam concluídos e assistência para empréstimos de pagamento diferido para compradores de imóveis.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas do Globo