Após subir 15,5% em 2023, o IFIX, índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários negociados na B3, alcançou sua máxima histórica de 3.424 pontos em abril de 2024. Essa alta ocorreu em um período de queda da Selic, que passou de 13,75% para 10,75% em oito meses, com um novo corte para 10,50% em maio. No entanto, o ciclo de cortes foi interrompido em junho, mantendo a taxa em 10,5%, com expectativas de estabilidade até dezembro de 2025.
Essa mudança no cenário gerou uma queda de 1% no IFIX em junho, mas o índice fechou o semestre com ganho acumulado de 1%. Com juros altos, os gestores de FIIs e investidores precisam ser mais seletivos. O foco do mercado tem se deslocado dos fundos de tijolos (imóveis físicos) para os fundos de papel (títulos ligados ao mercado imobiliário).
Fundos de tijolos são prejudicados por juros altos, que esfriam o crescimento econômico e afetam a demanda por imóveis. Já os FIIs de papel, atrelados ao CDI, ganham atratividade. Investidores devem considerar não apenas os dividendos distribuídos, mas também a evolução do valor da cota do fundo e a qualidade dos ativos.
O volume de ofertas públicas de FIIs contribuiu para o avanço do setor, com cerca de R$ 20 bilhões captados no primeiro semestre de 2024. Espera-se que o setor termine o ano com R$ 35 bilhões em captações. No entanto, a possibilidade de redução dos “dividendos extraordinários”, derivados da venda de ativos, pode diminuir nos próximos meses.
A inadimplência ainda é um risco importante para investidores em FIIs, com casos recentes como o da WeWork, que não pagou aluguéis em junho para diversos fundos. A análise cuidadosa de inadimplência, vacância e qualidade dos ativos é crucial.
Apesar do cenário desafiador, os FIIs continuam sendo uma alternativa interessante para diversificação de investimentos em renda variável. O IFIX teve um ganho de 1% no primeiro semestre de 2024, comparado a uma queda de 7,6% do Ibovespa. O número de investidores em FIIs continua crescendo, com um aumento médio de 40 mil novos investidores por mês, totalizando cerca de 2,7 milhões até junho de 2024. A expectativa é chegar a 3,1 milhões até o final do ano, representando um avanço de 24% em relação a 2023.
Os investidores devem pesquisar muito, avaliar a consistência dos FIIs, a previsibilidade de pagamento de dividendos, e a qualidade dos imóveis e títulos na carteira do fundo para tomar decisões informadas e encontrar bons ativos a preços interessantes.
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Informações retiradas de Márcio Anaya