Boa notícia para quem está pensando em investir: especialistas apontam o bom cenário a médio prazo para os ativos imobiliários. E as melhores oportunidades são justamente para os FIIS de tijolo que mais sofreram na pandemia, os shoppings e lajes corporativas.
Mas parte dessa boa perspectiva vem também da própria alta da Selic. Tudo indica que o movimento de alta da taxa, que acaba drenando recursos da renda variável, está perto do fim. Com isso, mesmo a desacelaração da economia prevista para 2023 não chega interferir nas boas perspectivas para os fundos imobiliários. Principalmente a médio prazo, cerca de 18 meses.
Ativos imobiliários de tijolo devem ter melhor performance em 2023
Mas por que os ativos imobiliários chamados “de tijolo” devem ter a melhor performance? Antes de mais nada, porque sofreram mais durante a pandemia com o fechamento dos imóveis.
E agora, com a vida voltando à normalidade, vacância e inadimplência já reduziram consideravelmente. Com isso, o rendimento pago ao investidor também voltou a subir.
Vale lembrar que esse tipo de ativo imobiliáro tem características híbridas – de renda fixa, pelo rendimento pago mensalmente ao cotista, e de renda variável, pela negociação em bolsa. Por isso, a recuperação da cota não acompanhou a dos dividendos.
O que aconteceu foi que os FIIs começaram a sofrer os efeitos do aperto monetário, que estimula a migração para a renda fixa, impedindo a recuperação na bolsa. E o rendimento ainda está abaixo do registrado na era pré-pandemia.
De acordo com o levantamento da Quantum Finance para o Valor, os fundos de lajes rendem, na média, 26% menos e os de shopping 12,02% do que o registrado em fevereiro de 2020. Mas os ativos imobiliários de logística estão na outra ponta, com aumento de 0,08%, graças ao aumento do e-commerce.
Já os ativos imobiliários de papel, são a “jóia da coroa” desse período, com desempenho 24,74% superior. São corrigidos pelo IGPM e pela Selic. Mas com a baixa desses índices previstos para 2023, a atratividade deve voltar para os FII de tijolo.
Momento atual é de oportunidade
Mas além disso tudo, o momento atual é de oportunidade para a aquisição desses ativos imobiliários. E o motivo é justamente porque as cotas ainda estão sendo negociadas a preços baixos. É a chamada taxa de desconto, a diferença entre o valor da cota na bolsa e o valor da cota patrimonial, ou dos imóveis que estão na carteira.
E com o fim da sequência de altas da Selic em 2023, a tendência é a inversão da curva, com pouca interferência da desaceleração da economia no mercado imobiliário. Como a oferta de lançamentos está bem regulada, o preço dos imóveis deve se manter estável.
Fonte: Valor Econômico