Desde o início das chuvas que inundaram o Rio Grande do Sul, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) propôs 20 medidas emergenciais para a reconstrução do estado. Segundo Renato Correia, presidente da entidade, é necessário um esforço conjunto para responder rapidamente às necessidades da população.
Correia destacou os desafios logísticos devido à destruição da infraestrutura, à escassez de mão de obra e à falta de recursos federais. No entanto, ele acredita que a tragédia pode acelerar a adoção de soluções industriais na construção civil, como a construção “off-site” e o “steel frame”.
“O setor vai contribuir muito para o Brasil vencer esse desafio. Há uma necessidade de retornar ao padrão anterior ao da calamidade de forma acelerada, e isso vai acontecer com uma abordagem não convencional”, afirmou.
A construção off-site envolve edificações pré-fabricadas longe do local de instalação, acelerando a construção de residências. Já o steel frame utiliza uma base de aço, com cobertura de madeira ou drywall, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Outra solução citada por Correia são as casas de contêiner.
A CBIC também enfatiza a importância da reforma tributária para agilizar a resposta a calamidades. Entre as medidas emergenciais, a entidade destaca o programa Minha Casa, Minha Vida como essencial para realocar famílias afetadas e estimular a recuperação do estado.
Além disso, a CBIC sugere aumentar os subsídios para a aquisição de casas próprias, flexibilizar as regras de financiamento e ajustar as condições de juros para o setor produtivo. A prioridade é retomar e concluir rapidamente empreendimentos habitacionais no estado.
N a sexta-feira (17), o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), apresentou o Plano Rio Grande para a reconstrução, focando na garantia de moradia temporária para os desabrigados. O plano inclui a liberação de R$ 2.500 para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, além de R$ 400 mensais para aluguel social e auxílio reforma.
Atualmente, 78.165 pessoas estão em abrigos provisórios em clubes, escolas e universidades pelo estado. Segundo o vice-governador Gabriel Souza (MDB), cerca de 10 mil pessoas devem permanecer em abrigos até o dia 12 de junho. A tragédia já resultou em 154 mortes e 98 desaparecidos.
Essas medidas refletem as preocupações das entidades associadas à CBIC no estado e visam acelerar a recuperação do Rio Grande do Sul através de soluções inovadoras e industrializadas no setor da construção.
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Informações retiradas de Stéfanie Rigamonti á Estadão