O mercado imobiliário norte-americano, vem despertando o interesse dos investidores brasileiros, principalmente no segmento multifamily. Segundo dados coletados pelo Harvard Joint Center for Housing Studies de 2021 (JCHS), realizado pela Universidade Harvard, o mercado de habitações multifamiliares dos EUA deverá receber até o fim deste ano cerca de 446 mil unidades.
Nessa categoria de mercado imobiliário comercial, todos os apartamentos estão registrados sob apenas uma escritura e estão disponíveis apenas para locação. O interesse dos brasileiros nesse mercado não é somente pelo hedge cambial, prática que se baseia no uso do dólar como estratégia de proteção para outros ativos ou operações, mas também às excelentes perspectivas de ganho oferecidas, em razão da significativa taxa de valorização dos imóveis em relação aos índices de inflação.
Segundo o CEO da Conti Capital, Carlos Vaz, no primeiro trimestre deste ano, a renda com aluguel de apartamentos no mercado norte-americano aumentou 17,1%. Baseado nesses dados, há uma estimativa que o crescimento da renda média anual no período de 2022 a 2027 será de 4,5%.
De acordo com Carlos Vaz, “Os imóveis multifamily podem ser um ativo poderoso numa carteira de investimentos. A macroeconomia e os mercados imobiliários estão em rápida transição mediante a inflação e as taxas de juros, mas a essência de nossa tese de investimentos permanece real. Agregado aos aumentos históricos do custo para a aquisição de imóveis, isso faz com que o aluguel de apartamentos seja uma opção mais atrativa e acessível para milhões de americanos”.
Além do Ceo da Conti Capital, o sócio-diretor da Nau Capital, Lucas D’Alcântara, tem uma visão positiva sobre as locações, e isso se deve pelo fato que, “A vacância nesse segmento com o pico de apenas 7% e a baixa oferta de imóveis disponíveis para locação em Nova York são fatores que trazem segurança aos investidores, além dos níveis de aluguel superiores aos da inflação que geram ganho potencial”.
Além de que, a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos é hedgeada em tese pelo aumento do cap rate na locação. Segundo ele, “Se a taxa básica de juros norte-americanos atingir 4% ao ano, por exemplo, haverá um spread (diferença entre o preço de compra e venda de uma ação) confortável no patamar dos 6,5%, corroborado ainda pela tendência da queda posterior dos juros, dados os patamares históricos do país”.
Fonte: Valor Econômico