Segundo o último relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (31), a inflação oficial saltou de 5,15% para 5,38%.
O Banco Central tinha como objetivo atingir indicadores entre 3,50%, com tolerância de 2% a 5% neste ano. Isso nos leva a um cenário que indica o descumprimento deste objetivo pelo segundo ano consecutivo. O IPCA de 2021 ficou em 10,06%.
Seguindo o mesmo caminho, as projeções para o IPCA em 2023 voltaram a subir, de 3,40% para 3,50%, que também foge da meta de (3,25%, banda de 1,75% a 4,75%). A mediana era 3,41% há quatro semanas.
Levando em consideração as 109 alterações nos últimos dias, a mediana para 2022 também sofreu elevação, de 5,17% para 5,45%. Já para 2023, as alterações feitas nos últimos cinco dias elevaram a estimativa mediana de 3,43% para 3,50%.
Olhando para as projeções, a mediana de 2024 continuou em 3%, assim como a de 2025 (3%). Há quatro semanas, ambas as projeções eram de 3%. O objetivo para 2024 é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual (de 1,5% para 4,5%). No entanto, para 2025, a meta ainda não foi definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Em nota do Copom (Comitê de Política Monetária) de dezembro, o Banco Central atualizou suas previsões para a inflação com estimativas de 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.
O índice nos outros meses
Após a divulgação do Relatório de Mercado Focus e alta do IPCA-15 (0,58%), os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA em janeiro deste ano de 0,46% para 0,54%. Um mês antes, o percentual projetado era de 0,47%.
Para o mês de fevereiro, a projeção no Focus passou de 0,81% para 0,84%, sendo de 0,71% há quatro semanas. Finalizando o primeiro trimestre, a previsão para março mudou de 0,48% para 0,50% no Relatório Focus. Há um mês, estava em 0,45%. A inflação prevista para os próximos 12 meses acelerou a alta de 5,07% para 5,29% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,07%.
Projeções para a Selic
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros, Selic, em 11,75% no fim de 2022. Há um mês, era de 11,50%. Mas, considerando apenas as 94 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano avançou de 11,75% para 11,88%. Após subir a Selic em 1,50 ponto percentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, o Copom indicou mais um aumento da mesma magnitude na reunião que ocorreu esta semana, o que levou a taxa a 10,75%.
O Copom ainda garantiu que irá perseverar na estratégia de aperto monetário “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, preocupado com o aumento das projeções de inflação e o risco de descolamento da inflação em prazos mais longos.
Já no Boletim Focus, o cenário para a taxa básica de juros da economia foi mantido para os anos seguintes. A estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8%, igual há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7%, mesmo percentual de um mês atrás. Da mesma forma, a previsão para o fim de 2025 continuou em 7%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.
Quais foram os dados sobre o PIB?
O Relatório ainda revela aumento na previsão mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que passou de 0,29% para 0,30%. Há um mês, a estimativa era de 0,36%. Considerando apenas as 58 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 0,41% para 0,32%.
O boletim não traz mais a expectativa para o resultado do PIB do ano passado. Para 2023, a mediana teve queda de 1,69% para 1,55% – de 1,80% há quatro semanas. Para 2024, a estimativa seguiu a mesma projeção de quatro semanas atrás em 2%. O Focus ainda trouxe a mediana para 2025, que também segue em 2%. Há um mês, a estimativa de crescimento do PIB em 2025 já era de 2%.
O Relatório de Mercado Focus também mostrou que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022 cedeu de 62,48% para 62,35%, ante 63% de um mês atrás. Vale destacar ainda a alteração na relação entre o déficit primário e o PIB deste ano, de 0,94% para 1%. Há um mês, o percentual estava em 1,05%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 passou de 8% para 8,2%. Há quatro semanas, estava em 7,4%.
Em 2023, a previsão para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 66% para 66,42%, de 65,2% há um mês. A mediana para o déficit primário variou de 0,60% do PIB para 0,65%, e para o rombo nominal mudou de 6,88% para 7,35% do PIB. Os porcentuais eram de 0,70% e 6,5%, respectivamente, há quatro semanas. O resultado primário se refere ao saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Déficit em C/C
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, de US$24,25 bilhões para US$23,43 bilhões, ante US$21,59 bilhões de um mês atrás. Em 2023, a expectativa para o rombo em conta corrente passou de US$31,12 bilhões para US$34,73 bilhões. Há um mês, era de US$27,50 bilhões.
Fonte: Infomoney