Aconteceu o que já era de se esperar. Com a alta crescente da taxa Selic, que está agora em 6,5%, os bancos privados aumentaram a taxa de juros do financiamento imobiliário.
De nada adiantou a Caixa anunciar a redução para o seu crédito imobiliário. De acordo com os especialistas, o Banco Central (BC) exagerou na baixa histórica de 2% e agora está tendo que fazer a correção na marra.
Como diz o sócio da SPX Capital e ex-diretor do BC, Beny Parnes, “O BC provocou os deuses do câmbio e da inflação — que são deuses muito vingativos — e deu azar com a seca e o choque de alimentos”.
Alguns diriam que “faz parte”, mas a questão é que quem paga a conta, mais uma vez, é o consumidor. Ao corretor resta atualizar estratégias para driblar o peso extra no bolso do cliente encontrando soluções criativas.
Casa própria financiada fica 1% mais cara
O Copom aumentou a taxa básica de juros, a Selic, pela terceira vez consecutiva no dia 22 de setembro. Passou de 5,25% para 6,25% e já sinalizou que não vai parar por aí.
A expectativa, já evidenciada pelo próprio BC, é que venha outro aumento agora em outubro. De acordo com o Banco Central, a Selic será levada até onde for necessário para atingir um nível “significantemente contracionista”.
Para o Copom, esse ciclo de elevação dos juros é “o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”.
Os bancos privados sequer esperaram o dia 22 para atualizar suas linhas de crédito. Antes mesmo do anúncio do Copom já haviam aumentado os juros do financiamento imobiliário também em cerca de 1%.
O primeiro deles foi o Santander, passando de 7,99% + TR para 8,99% a.a. Em seguida veio o Bradesco, passando para 8,50% e 8,90% dependendo do perfil do cliente. Depois, o Itaú Unibanco passou de 7,30% para 8,30%.
Já os juros do financiamento imobiliário ligado à poupança caíram. O Itaú passou de 3,45% para 2,99% e o Bradesco manteve os 2,99% que já eram praticados.
Mas que o cliente que não se engane. Tem uma armadilha aí. A parcela do crédito é somada à variação da remuneração da poupança que, nesse caso, corresponde a 70% da Selic. Então ela acompanha o aumento da taxa básica de juros e vai aumentar sempre que o Copom reajustar a Selic para o alto.
Secovi-SP ainda não vê problema nos juros do financiamento imobiliário
Pela primeira vez desde 2016 o IPCA-15 acumulado em 12 meses superou os 10% no dia 27 de setembro. Mas as revisões baixistas para o crescimento econômico e o aumento das pressões inflacionárias ainda não preocupam o Secovi-SP.
Para o Sindicato da Habitação, passar a média dos juros do financiamento imobiliário de 6,5% para algo entre 7,5% e 8,5% ainda não é preocupante. Ainda está abaixo das taxas praticadas há dois anos, entre 10% e 10,5%.
Já para o Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon-SP), essa alta dos juros nos bancos privados não vai afetar o mercado imobiliário uniformemente.
Segundo ele, os mais castigados serão os mais pobres, que, por sua vez, podem se beneficiar na redução de juros na Caixa. Afinal, o banco estatal responde por 99% do financiamento imobiliário de baixa renda.
Aumento já era esperado
O aumento dos juros do financiamento imobiliário pelos bancos privados não foi surpresa. Frente à alta crescente da inflação, o desajuste fiscal e todos os problemas macroeconômicos, esse era o caminho esperado.
Mesmo assim, há de se ter cautela. Também são esperadas dificuldades com a nova safra de lançamentos caso os juros voltem a ter dois dígitos.
De qualquer forma, não há risco de encalhe dos estoques. O mercado está saudável, segundo o Secovi-SP. Até o início de agosto, pesquisa da Datastore mostrava que mais de 14,5 milhões de famílias têm intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses.
Os números mostraram também que o índice de intenção de compra nos segmentos popular, médio padrão e alto luxo em todo o país chegavam a 29%.
Já os dados do Secovi-SP mostram que o primeiro semestre deste ano fechou com recorde de lançamentos e vendas na cidade de São Paulo. De janeiro a junho foram lançadas 27.114 unidades e vendidas 29.935.
Busca por adequação do lar permanece alta
Para os especialistas, a alta nos juros do financiamento também não deve ser muito impactante porque a busca por adequação do lar permanece em alta.
A pandemia e o home office fizeram crescer a procura por casas, por apartamentos maiores e condomínios com área de lazer. Por outro lado, essa mudança de prioridade aliada à transformação digital gerou uma situação extremamente favorável para o mercado.
Por isso, este é o momento de o corretor incrementar sua consultoria ajudando o cliente a encontrar o melhor financiamento entre todas as instituições, mas é fundamental oferecer serviços digitais compatíveis com a competitividade do mercado.
Site imobiliário, visita virtual, assinatura eletrônica de contratos, locação em 15 minutos, CRM e funil de vendas são apenas algumas das tecnologias alinhadas às novas exigências do consumidor.
Afinal, o corretor não tem ingerência sobre os juros do financiamento imobiliário, mas tem sobre as ferramentas que pode utilizar para criar diferenciais de atendimento.
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