Em meio à crescente pressão sobre os recursos da poupança, o Banco Central (BC) avalia novas alternativas para garantir a sustentabilidade do sistema de crédito habitacional no país. O secretário-executivo da autarquia, Rogerio Lucca, afirmou nesta segunda-feira (14) que o BC está em diálogo com o governo e o mercado em busca de soluções para melhorar o processo de concessão de financiamentos imobiliários.
A principal preocupação está na redução do funding disponível para o setor, decorrente da sequência de saques líquidos na caderneta de poupança. De acordo com dados do próprio BC, março registrou uma saída líquida de R$ 11,5 bilhões — o terceiro mês consecutivo de retiradas — somando um total de R$ 45,7 bilhões apenas em 2024. Em comparação, o volume total de saques em 2023 foi de R$ 15,5 bilhões.
Lucca atribui esse movimento à maior diversificação das aplicações financeiras pela população. “Isso é positivo, as pessoas estão com maior conhecimento, com uma capacidade melhor de investir”, destacou. No entanto, ele alerta para os impactos no crédito habitacional: “A poupança sempre serviu para expandir o crédito imobiliário, e você está tendo uma redução nesse funding. Então estamos debruçados sobre esse tema, temos conversado com o governo e com o mercado para ver o que a gente pode fazer para melhorar esse processo.”
Além das questões ligadas ao setor imobiliário, o secretário-executivo também abordou os desafios da política monetária. Segundo ele, o BC tem se debruçado sobre o aperfeiçoamento dos canais de transmissão da política de juros, atualmente comprometidos por entraves estruturais. “Canais entupidos demandam que a autarquia faça um esforço maior do que o necessário para atingir o mesmo objetivo de controle da inflação”, afirmou.
Nesse sentido, a melhoria da qualidade do crédito e o aperfeiçoamento dos sistemas de garantias são apontados como caminhos estratégicos. “Na medida em que eu melhoro a qualidade do crédito, tenho uma efetividade maior da política monetária, mas também melhora para o cidadão, que tem acesso ao crédito de melhor qualidade, e melhora o sistema financeiro”, explicou.
Entre as prioridades do Banco Central para 2025 estão a evolução da portabilidade de crédito, a padronização das concessões de financiamento e o avanço da agenda evolutiva do Pix — que inclui funcionalidades como pagamentos agendados, parcelados e o uso do sistema como garantia em operações de crédito.
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Informações retiradas de MoneyTimes