Com a Selic registrando patamares históricos e a tendência de alta cada vez mais frequente, o interesse por títulos de renda fixa tem se tornado cada vez maior. O mercado oferece títulos emitidos por grandes empresas, isentos de impostos, com retorno real, acima da inflação, em torno de 6% ao ano.
Os papéis de renda fixa que contam com o benefício tributário são divididos em 2 grupos:
- As letras de crédito emitidas por instituições financeiras, distribuídas entre Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito Agrícola (LCAs) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs);
- Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
As LCIs e LCAs são isentas do imposto de renda e tem a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma associação que garante o valor aportado pelo investidor de até R$25 mil por CPF e conglomerado financeiro para eventuais problemas que a instituição financeira possa ter.
Embora não tenham cobertura FGC, as LIGs possuem dupla garantia: da instituição que emitiu os títulos e uma carteira de financiamentos imobiliários que fica separada do patrimônio do banco. Esses recursos garantem o pagamento aos investidores caso o banco venha a falecer.
Há títulos também isentos de renda fixa (como os CRIs e CRAs), mas esses, no entanto, não possuem cobertura do FGC ou quaisquer outra promovida pela instituição financeira, com isso o investidor fica sujeito ao risco de crédito da empresa emissora do título.
Já os CDBs têm a incidência do IR pela tabela regressiva, em que as alíquotas de IR tendem a diminuir com o tempo, para prazos que variam de seis meses a dois anos começam a partir de 22,5% e caem até 15%.
Pesquisa indica procura por títulos isentos de IR
Um levantamento da Bolsa brasileira mostrou que o mercado de títulos isentos registrou um aumento nos cinco primeiros meses de 2022. As LCAs emitidas de janeiro até maio de 2022 somaram R$115,3 bilhões, ante R$54,4 bilhões no mesmo período do ano passado.
As LCIs emitidas no mesmo intervalo somaram R$70,7 bilhões, ante R$33 bilhões em 2021. As LIGs, por sua vez, somaram R$19,8 bilhões, ante R$8,2 bilhões. Por contarem com a garantia FGC e terem prazos de vencimentos mais curtos, as letras de crédito são mais procuradas pelo investidor pessoa física de varejo.
Dentro do grupo de isentos, aqueles voltados ao agronegócio têm se destacado cada vez mais, sobretudo porque, em meio aos desafios econômicos, este setor tem se mostrado resiliente.
Para investir nos títulos isentos é necessário ter uma conta em banco ou em uma corretora. Dessa forma é possível aplicar diretamente por meio da seção de renda fixa dos aplicativos ou por meio da ajuda de um especialista de investimentos ou agente bancário.
Fonte: Folha de S. Paulo