Em um ritmo crescente após a 8°alta consecutiva, a taxa básica de juros (Selic) chega a 10,75% ao ano – o maior número desde 2017. O aumento da Selic é hoje a principal ferramenta da política monetária do Banco Central na tentativa de conter o avanço da inflação.
Certamente, a alta da Selic afetaria o mercado imobiliário. Isso porque a alta da Selic é um componente a mais no aumento do custo da construção civil, explica o professor Luciano Nakabashi, do Departamento de Economia da FEARP-USP. Pegando como exemplo o cenário dos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Custo da Construção ao Mercado (INCC-M) acumulou alta de 13,7% e a elevação dos juros se soma a esse contexto.
Como os investimentos imobiliários costumam ter um custo alto, é comum que as construtoras busquem crédito para viabilizá-los. Portanto, quando a taxa Selic aumenta, o crédito fica mais caro e, consequentemente, o custo para construir novos imóveis também.
Na outra ponta, olhando pelo consumidor, o mercado de crédito – muitas vezes – é a única maneira que as pessoas têm para conseguir a casa própria, muitos recorrem aos financiamentos. O economista Pedro Tenório, da DataZAP+, diz que o imóvel é um bem cujo o preço é um múltiplo da renda mensal das famílias, que costumam realizar financiamentos de 20, 25 ou até 30 anos. Com a alta da Selic, os financiamentos também sofrerão alterações, principalmente na concessão de crédito.
“Como o financiamento imobiliário é uma operação bancária de crédito, um aumento da Selic pressiona as taxas de juros de financiamentos imobiliários a também aumentarem. Crédito mais caro, menos concessão, o que freia o mercado imobiliário residencial de compra e venda”, diz Tenório.
Fonte: Moneytimes