Sala de jogos, academia, piscina e pet places, antigamente eram encontrados somente em imóveis de médio e alto padrão, no entanto, essas áreas compartilhadas agora estão sendo ofertadas em empreendimentos comuns financiados pelo CVA.
“Temos que qualificar o produto para justificar o preço mais alto”, diz Leonardo Mesquita da Cruz, vice-presidente comercial da Cury.
A ideia em trazer comuns para os empreendimentos, tem como intuito atrair as famílias que se enquadram no grupos mais altos do programa, com limite de renda de até R$ 8.000
Também para lidar com o preço alto dos imóveis e deixa-los acessíveis para esse público, as construtoras estão reduzindo a metragem individual dos imóveis.
“Na área de lazer, não muda em nada. Acaba sendo difícil ver diferença entre um empreendimento de projeto habitacional e um de classe média alta”, afirma Felipe Videira, diretor da CTV Construtora.
Espaços de convivência
Os espaços mais comuns nos empreendimentos são: brinquedoteca, churrasqueira, espaço gourmet, playground e salão de festas. Embora tenham aqueles que queiram inovar, como por exemplo a construtora Árbore Engenharia, que estão apostando em uma área reservada para cachorros com ducha aquecida.
“Depois que passamos por uma pandemia, o lazer se tornou indispensável, uma vez que o valor à moradia se tornou ainda mais importante”, diz Christiane Dias, diretora da C.A.C Engenharia.
“Mesmo com os desafios, estamos conseguindo desenvolver produtos com diferenciais, e essa estratégia se reflete diretamente nos resultados de vendas“, afirma Dias.
Segundo Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), 77% das aquisições de imóveis em 2021 foram concretizadas devido aos benefícios do Casa Verde Amarela. O dado foi apurado pela Brain Inteligência Estratégica
“O CVA e o alto padrão são os que sustentam o mercado hoje, a inflação travou a classe média“, afirma Felipe Videira, diretor da CTV Construtora. A empresa ampliou seu foco no público do programa para viabilizar a construção de imóveis na zona norte do Rio.
Com a ampliação da faixa de renda no programa Casa Verde e Amarela, os imóveis ficaram mais acessíveis para o grupo intermediário (3). Anteriormente a faixa ia de R$ 2.600 a R$ 4.000, agora é de R$ 3.000 a R$ 4.400. Já no grupo 3, passou de R$ 4.000 a R$ 7.000 para R$ 4.400 a R$ 8.000.
Esse potencial de crescimento das vendas nos grupos 2 e 3 do Casa Verde e Amarela coloca as construtoras no foco de investidores. Analistas de investimentos projetam forte impulso de ganhos nas ações dos principais players: Plano & Plano, MRV, Cury, Direcional e Tenda.
“Acreditamos que o acesso à moradia popular vai continuar sendo uma prioridade para 2023, independentemente do governo“, diz Garcia.
Fonte: Folha de São Paulo