Não é novidade para ninguém que a China está enfrentando uma crise imobiliária, no qual, mutuários em todo país pararam de pagar as prestações dos empreendimentos que ainda não foram concluídos, no entanto, aconteceu uma reviravolta — os proprietários estão correndo para pagar os empréstimos antecipadamente.
Com a desaceleração do mercado, o endividamento virou um estorvo que os chineses precisam aliviar ou até mesmo eliminá-lo. Por isso, eles estão resgatando seus investimentos em fundos e usando-os para quitar as hipotecas.
De acordo com Raven Chen, que trabalha no setor financeiro em Xangai, “os retornos de produtos de gestoras são tão baixos que não consigo ganhar 5%”. “Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que pagar, então é melhor eu fazer isso logo”.
Neste ano a crise se estendeu para um protesto nacional realizado por milhares de proprietários de projetos em construção, eles se recusaram a pagar as prestações até que as obras fossem construídas.
Devido a recessão econômica o preço dos imóveis também caíram, e a China deve crescer apenas 3,5% em 2022, abaixo da estimativa do governo de cerca de 5,5%.
Embora não esteja claro quanto dos 39 trilhões de yuans de crédito imobiliário da China foram pagos no início deste ano, a tendência ganhou força em alguns dos maiores credores do país. O Industrial & Commercial Bank of China, maior banco do mundo, disse que o pré-pagamento de sua carteira de financiamento imobiliário aumentou em 30 bilhões de yuans no primeiro semestre, para 260 bilhões de yuans, acelerando 13% em relação ao ano passado.
Fonte: Valor Econômico