De acordo com uma pesquisa realizada em setembro pela Brain Inteligência Estratégica, embora haja um crescimento na construção de apartamentos nas grandes capitais, cerca de 44% dos brasileiros desejam comprar um sobrado ou uma casa para viver.
É importante observar que a intenção de compra varia quando relacionada à renda. Para quem ganha até R$15 mil por mês, 50% deseja comprar casa ou sobrado de rua, 39% quer adquirir um apartamento, 34% casa ou sobrado de condomínio, e 22% terreno.
Já para renda mensal acima de R$15 mil, 50% busca comprar apartamento, 21% casa ou sobrado de rua, 14% casa ou sobrado de condomínio, e 28% terreno. “É natural que quanto maior a renda, maior é a preocupação com segurança, portanto, há menor apetite para a compra de casas na rua”, diz Guilherme Werner, sócio consultor na Brain.
O sonho da casa própria vai ficar para depois?
Segundo o estudo, a intenção de compra dos brasileiros está em tendência de queda desde 2021, quando a pretensão era de 44%,e caiu para 33% em setembro de 2022.
Nos últimos 12 meses, apenas 6% dos entrevistados na pesquisa adquiriram um imóvel residencial, e 67% dos brasileiros não pretendem fazer esse tipo de investimento no momento.
“A queda da taxa de juros fomentou naturalmente uma maior aptidão de compra. Em 2022, com o cenário de Selic aumentando e com uma parcela grande de pessoas que já adquiriram imóveis nos últimos dois anos, faz com que haja menos intenção de compra futuro”, comenta Guilherme. “É importante citar que 23% de intenção de compra em 24 meses é um cenário positivo e que, inclusive, supera o cenário de antes da pandemia.
O estudo também trouxe resultados acerca do interesse dos brasileiros pelas multipropriedades. Dos entrevistados, 83% disseram não conhecer esse conceito. O Norte e o Centro-Oeste são as regiões em que mais há interessados neste tipo de compra, com 17% dos respondentes afirmando que comprariam.
Preço dos apartamentos em SP estão oscilando
Em São Paulo, um relatório feito em outubro pela empresa Propdo mostrou que o mercado imobiliário na cidade apresenta uma ótima oportunidade para fechar bons negócios. Foram analisados, através de inteligência artificial, oito anúncios de apartamentos à venda no bairro do Ipiranga e seis em Pinheiros – do total, seis apresentaram até 79% do valor abaixo que aquele avaliado pela companhia.
Apartamentos em Pinheiros de 82 m², com dois quartos, de segunda mão, construídos antes de 2000
Apartamentos no Ipiranga de 61 m², dois quartos, de segunda mão, construídos antes de 2000
De acordo com Nathan Varda, head da Propdo no Brasil, existem diversos motivos que podem levar à venda abaixo do valor, como o alto preço do condomínio, problemas com vizinhos, imóvel como divisão de herança ou mudança de interesse das pessoas pela localização.
“Na maioria das vezes, os vendedores não estão atualizados sobre o mercado ou confiam em transações passadas para avaliar sua propriedade. Por exemplo, apenas em 2021, os preços em São Paulo aumentaram entre 3% e 10% (dependendo do bairro), então, o vendedor que confia em preços do início de 2020 e 2021 não saberá os novos valores”. Afirma Nathan
Ele também ressalta que os valores acima podem ser baseados em futuras negociações com potencial de venda ou falta de entendimento do mercado imobiliário.
Fonte: Globo