A última reunião do Banco Central anunciou um reajuste de 1% na taxa Selic, atingindo 11.75% e, embora ainda não tenha impactado as financiadoras imobiliárias, já compromete até mesmo aqueles que adquiriram imóveis nos últimos dois anos e vão receber as chaves em 2022.
Se uma pessoa de 30 anos quisesse comprar um imóvel no valor de 400 mil, menos 30% da entrada, financiaria o valor de R$ 280 mil, com valor final de contrato de R$ 618.692,61. Neste ano, esse mesmo financiamento custaria R$ 71 mil a mais, atingindo R$ 689.495,28.
Como se não bastasse o aumento no valor do imóvel, com a alta da Selic, a comprovação de renda também tende a aumentar. Para se ter uma ideia, para financiar um imóvel de R$280 mil em 2020 era necessário comprovar uma renda no valor de R$ 8.517,74. Neste ano, a comprovação de renda já atinge o valor de R$ 9.825,27, com alto risco de elevação caso as taxas aumentem, o que pode acontecer já que o Banco Central já sinalizou reajustes para a próxima reunião da Selic.
Os prejuízos também atingem aqueles que compraram imóveis na planta há dois ou três anos atrás. Isso porque o comprador só começa a pagar efetivamente o imóvel após a entrega, caso não consiga comprovar a renda para iniciar o pagamento, será forçado a solicitar um distrato e terá de arcar com uma multa que varia entre 25% a 50% do valor do imóvel.
O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz França, reconhece o aumento da Selic como uma forma de conter a inflação, mas pontua que “seria fundamental que essa elevação não seja repassada às taxas de crédito imobiliário, que é o principal impulsionador do setor da construção”.
Fonte: Folha de São Paulo