Pequenos, funcionais, inteligentes, práticos e agora também super luxuosos, os recém-apelidados “estúdios” estão dominando os lançamentos imobiliários do Rio de Janeiro. Com a escassez de terrenos, especialmente na Zona Sul e no Centro, construtoras e incorporadoras precisam se reinventar e adaptar. Na Zona Sul, cada metro quadrado vale ouro, e os prédios que não são retrofitados acabam sendo demolidos para dar lugar a novas construções.
Críticas da Elite Tradicional
Um grupo de moradores do Leblon tem criticado esses lançamentos, alegando que eles trazem má fama ao bairro. Termos como “muquifo chic” foram usados por uma moradora para descrever o novo empreendimento que ocupará o antigo terreno da Boate Melt, na Rua Rita Ludolf. Ipanema e Leblon já têm dezenas de projetos em fase de construção ou lançamento, mas a reação negativa de alguns moradores tem sido intensa.
Comparações com o “Barata Ribeiro 200”
Alguns críticos têm comparado os novos prédios ao “Barata Ribeiro 200”, um dos edifícios mais polêmicos da cidade, construído na década de 1950, durante a explosão imobiliária de Copacabana. Com quase 500 micro-apartamentos, o prédio rapidamente ganhou notoriedade negativa, tornando-se reduto de problemas sociais. Apesar dos esforços de reabilitação, a associação com sua antiga má fama persiste.
A Evolução dos Estúdios
Apesar da resistência de parte da elite, os novos estúdios vieram para ficar e estão cada vez mais sofisticados. Muitos oferecem comodidades como piscina, ofurô e varandas, tudo milimetricamente planejado para atender às novas demandas de moradia.
Ernesto Luiz, CEO da Lobie, uma startup carioca que investe em imóveis compactos, explica que a pirâmide demográfica do Brasil mudou drasticamente. “Hoje, a faixa etária mais populosa está entre 30 e 39 anos, que estão casando mais tarde e tendo menos filhos. A família média tem apenas 1,9 pessoas, o que reduz a demanda por imóveis maiores. O mercado imobiliário precisa atender a essa nova configuração social.”
Mudanças na Legislação e Implicações para o Mercado
Ernesto destaca que o Rio de Janeiro ficou por 20 a 25 anos sem legislação que permitisse a oferta de apartamentos de baixa metragem, como estúdios. Com a nova legislação, incluindo a atualização do Código de Obras e a aprovação do Plano Diretor, o setor agora pode oferecer essas opções. Essa mudança resulta em uma explosão de ofertas e lançamentos, atendendo a uma demanda reprimida que existia há décadas.
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Informações retiradas de Diário do Rio