As cotas de sociedade em conta de participação, uma forma de financiamento pouco explorada pelo setor imobiliário, vem ganhando a atenção de incorporadoras e construtoras que têm necessidade de captar recursos para iniciar seus empreendimentos.
Um dos maiores benefícios é a possibilidade de obter recursos em menor custo em um prazo bem inferior quando comparado aos financiamentos bancários, tradicionalmente conhecidos por processos burocráticos que, embora necessários, acabam retardando a liberação de recursos em um ritmo desigual às necessidades de uma obra.
Nesse modelo de negócio, o investidor pode aplicar recursos na aquisição de um imóvel antes mesmo de ser construído. Além disso, quanto mais sustentável for o projeto, maior é a sua rentabilidade.
A Construtech Cotaí, uma plataforma digital de investimentos imobiliários, é um dos casos de sucesso. Em 4 meses a empresa conseguiu 60% dos recursos necessários para a construção de duas casas no condomínio Cedros, um residencial de luxo em Caçapava (SP) cujas propriedades estão avaliadas em R$1,5 milhão. O presidente da Cotaí explica que, por norma contratual, a rentabilidade do investidor estava prevista em 34% no período de 24 meses.
“A distribuição do lucro com a mesma taxa foi feita no tempo recorde de sete meses, período em que concretizamos a venda do imóvel”, afirma.
Investidor adquire cotas em metros quadrados
Ainda pouco conhecida no Brasil a ideia de transformar pessoas físicas em sócias de empreendimentos da construção civil é bem consolidada nos Estados Unidos. Por aqui essa modalidade antigamente estava restrita somente para pessoas jurídicas.
O cotista não precisa, necessariamente, ter obrigação jurídica sobre o negócio e, na apuração dos resultados, ele recebe os lucros na forma de dividendos, não tributados no Brasil, lembra Jonata Tribioli, da empresa Neoln.
A operação financeira é benéfica para o empreendedor, uma vez que permite obter um capital mais dinâmico e com juros mais baixos do que aqueles cobrados em financiamentos bancários, explica Renan Monteiro, da startup Cotaí.
Fonte: Valor Econômico