A pressão pelo aumento dos preços tem forçado construtoras a reorganizar orçamentos e adiar lançamentos imobiliários. Além disso, o segmento já prevê um impacto entre 6% e 15% no valor de novas unidades em função do aumento dos custos de materiais utilizados na construção, conforme pesquisa realizada com os associados do Sindicato da Indústria da Construção.
Unidades lançadas
O número de imóveis lançados no Rio de Janeiro caiu 18% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a pesquisa da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).
Entre janeiro e março de 2021 foram 28 novos empreendimentos. Neste ano, o mesmo intervalo de tempo registrou 23 empreendimentos. Segundo Marcos Saceanu, Diretor Presidente na Piimo Empreendimentos Imobiliarios, o setor econômico é o mais afetado pela pressão ocasionada pelo aumento de custos.
Unidades usadas ganham espaço
A queda de novas unidades torna as unidades usadas menos onerosas, e por isso mais atrativas. Para Gustavo Araújo, da imobiliária Apsa, embora tenha uma retração de 11%, esse mercado ainda é melhor quando comparado aos anos anteriores.
“As taxas de juros subiram, mas os bancos seguraram suas taxas e disponibilizaram mais crédito, impulsionando a compra da casa própria num momento em que muitas pessoas precisaram mudar para imóveis mais adequados. E como as unidades não subiam de preços há anos no Rio, temos agora uma melhor adequação de valores. Não fosse a insegurança gerada com a inflação e o crescimento da Selic (taxa básica de juros), as vendas estariam ainda em patamares mais altos. Acreditamos que melhorando o cenário, as vendas voltam a acontecer num ritmo mais acelerado”, analisa Gustavo.
Ele ressalta que esse é um bom momento para o comprador em função das diversas possibilidades de negociações junto aos proprietários, o que acaba “[…] concedendo um pouco mais de descontos nos imóveis que estão à venda por mais algum tempo. Por conta disso, apenas em maio tivemos um salto de 250% em nossas vendas. Ainda é cedo para afirmar um reaquecimento do mercado como tendência absoluta, mas por nossa experiência acreditamos que enquanto os juros não subirem tanto nos financiamentos imobiliários, e os preços deixarem de crescer, teremos sim mais vendas de avulsos”, diz Araújo.
Fonte: O Dia