Segundo Índice QuintoAndar de aluguel, a média do valor do m² na capital paulista atingiu R$39,15, um valor histórico que ultrapassou pela primeira vez o patamar dos contratos fechados no período pré-pandemia. Isso acontece em função do aumento da taxa Selic, que diminui o volume de financiamento imobiliários.
Essa movimentação do setor tem provocado desequilíbrio na precificação de imóveis de locação, desapontando proprietários e, principalmente, inquilinos.
No índice foi observado que 40% dos imóveis são anunciados em valores que não correspondem à realidade, tornando o anúncio menos atrativo logo nos primeiros dias, o que, por sua vez, diminui as chances de sucesso na negociação. Somado a isso, o proprietário ainda arca com todos os custos gerados pelo período de vacância, que incluem o IPTU, condomínio e o não ganho do aluguel.
Também foi observado que quanto mais tempo o imóvel fica anunciado, maior terá de ser o desconto médio concedido para concretização sua locação, de acordo com o padrão de cada propriedade. Isso significa que quanto mais caro é a unidade e maior o tempo de efetivação da locação, maior será o desconto dado após concretizada a locação.
Para se ter uma ideia, imóveis alugados após 4 semanas de anúncio possuem desconto 30% maior do que imóveis alugados nas primeiras duas semanas. É ainda maior que o desconto concedido em unidades de contrato fechado em menos de sete dias, chegando a 75%.
Observou-se também que as visualizações de anúncio são 25% maiores que na primeira semana em relação às demais. O número de visitas também cai pela metade quando comparado a média da primeira semana com a quarta semana de publicação.
“Nem sempre um imóvel mais caro é sinônimo de bom negócio. Observamos que a má precificação destes imóveis está diretamente associada a uma baixa liquidez e alta despublicação, o que prejudica todas as esferas da cadeia: proprietário, imobiliária e inquilino ou comprador. Com o tempo, cria-se uma bola de neve, porque novos proprietários que pesquisarem por conta própria, encontrarão uma base de valores inflada”, conforme o diretor de produto do QuintoAndar, Caio Oliveira.
Fonte: Valor econômico