Durante a pandemia os problemas em relação à crise econômica acentuaram-se, ocasionando no aumento de casos de desemprego e, consequentemente, de inadimplência. Neste cenário, muitas pessoas ficaram com pendências financeiras, foi pensando nisso que a proptech Rooftop criou o programa InCasa, cujo objetivo é oferecer uma alternativa àqueles que precisam liquidar débitos pendentes.
Para a operação, o proprietário vende seu imóvel e passa a morar nele como inquilino. No contrato de 30 meses fica acordado um valor de recompra desse bem, pelo ex-proprietário ou qualquer pessoa que demonstrar interesse no imóvel. No caso da 3ª pessoa pagar um montante maior pelo bem, o proprietário ‘original’ fica com a diferença.
Para Daniel Gava, presidente da Rooftop, numa propriedade há 3 preços: o valor que o proprietário acha que vale, quanto ele realmente vale e por quanto se vende esse imóvel, último este o valor que o comprador efetivamente paga.
A empresa explica que se um imóvel vale R$100 mil, o dono vai receber cerca de R$80 mil e pagará um aluguel que corresponde a 0,5% do valor, algo em torno de R$500,00, que serão corrigidos pelo IPCA. No valor da recompra não existe indexação ou qualquer atualização. Para reavê-lo a pessoa precisa desembolsar o mesmo valor que valia o imóvel no momento da venda, no caso, R$100 mil.
No final dos 30 meses (ou antes, se preferir), se o proprietário não conseguir recomprar o imóvel, terá que deixá-lo e a proptech será a nova proprietária, responsável por colocar o imóvel para venda no mercado.
Esse modelo de negócio assemelha-se ao home equity, um termo em inglês para designar empréstimos que tenham o imóvel como garantia. A diferença, no entanto, é que a startup faz uma operação imobiliária e não de crédito, na qual o imóvel é efetivamente comprado. “O programa atende pessoas com o nome negativado, que não conseguem ser atendidas pelos bancos. Gente que precisa honrar compromissos e tem um imóvel nas mãos”, segundo Gava.
O InCasa nasceu em 2021 e pouco a pouco foi se adaptando às necessidades do mercado. 50 famílias venderam seus imóveis à proptech e 25% delas já resgataram o bem. O programa atende pessoas com imóveis que valem mais de R$400 mil em todas as capitais. O volume negociado atualmente é de R$50 milhões e a expectativa é de que chegue a R$250 milhões até o fim deste ano.
Fonte: Valor Investe