Novo Índice criado pela Rede de Imobiliárias Lopes lançado esta semana aponta que imóveis na faixa de R$1 milhão são os que apresentam maior desconto entre o valor anunciado e o realizado na cidade de São Paulo. Essa ferramenta está disponível para o público em geral de forma online. Sua base de dados conta com informações de mais de 105 mil anúncios cadastrados na plataforma e uma quantia de 5 mil negociações efetuadas ao longo de 3 anos.
Propriedades com valores superiores a R$2 milhões tiveram desconto médio de 10,19%, enquanto os imóveis na faixa de R$400 mil e R$500 mil registraram uma queda de apenas 8,63%. Esse é um dos principais focos do índice: analisar o intervalo de negociação, que mede os valores pedidos e os cobrados por faixa de preço, com base na região e no tipo de imóvel.
Com relação ao tipo de imóvel, as casas geralmente têm maior margem de negociação para baixo, em torno de 10,75%. Os apartamentos, por outro lado, possuem margens de 9,30% em média. Com relação a localização, a região do Pacaembu tem desconto médio que pode chegar até 23% no valor definitivo estipulado em contrato.
Bairros como Cidade Jardim e Alto de Pinheiros lideram o ranking entre as 5 regiões com maior intervalo de negociação, com ambas as faixas em torno de 17%. No índice também foi observado que os bairros da Vila Nova Conceição, Jardim Europa e Vila Olímpia correspondem pelo maior preço médio de metro quadrado da capital paulista, com quantias respectivas de R$16,1 mil, R$15,9 mil e R$13,9 mil. O valor do IPTU é superior na Chácara Klabin (R$6,13 por metro quadrado) e a maior taxa condominial fica no Itaim (R$13,08 por metro quadrado).
“O índice empodera as diferentes pessoas envolvidas na cadeia do setor a tomar decisões mais bem informadas”, afirma Daniela Angélico Lopes, head de Marketing da Lopes.
Os dados gerados pelo índice, segundo ela, contribuem para que corretores e franqueados possam qualificar o ‘pitch’ de compra e venda de imóveis da rede e, com isso, realizar um atendimento mais amplo quanto a tendências e regiões para investimento ao cliente final.
“Mais do que uma análise dos anúncios, o levantamento mostra transações realizadas em 110 das 113 zonas de valor imobiliário na cidade de São Paulo, o que dá um panorama bastante representativo do mercado real”, diz Daniela.
Retorno ao trabalho reflete nos dados de locação
As regiões central e sul de São Paulo foram as mais buscadas para locação no ano de 2021. Entre março de 2022 e o mesmo período do ano anterior, os bairros localizados nas duas macrorregiões foram responsáveis por gerar o maior número de leads para o portal imobiliário ZAP, conforme consta no levantamento Radar Imobiliário – Termômetro DataZap+.
Itaim, Vila Mariana, Moema, Saúde e Jardim produziram juntas quase 400 mil leads. Existe uma relação direta entre essas regiões e o contexto atual, marcado pela retomada das atividades, segundo informa Pedro Tenório, economista do grupo ZAP.
“Essa busca representa a necessidade das pessoas de procurar moradia perto do emprego com a volta progressiva do trabalho presencial”, avalia Tenório, acrescentando que com o fim do distanciamento social, as vagas de emprego no setor de serviços tiveram uma volta gradativa, fator que refletiu nos dados da pesquisa.
Entre os meses de março de 2022 e o acumulado dos 12 meses anteriores, Perdizes e Vila Andrade foram os únicos que perderam volume de leads na categoria de imóveis mais procurados para morar de aluguel.
Na lista de tipos de imóveis mais procurados figuram os apartamentos de um dormitório e metragem inferior a 90 metros quadrados. Com relação à variação dos preços dos aluguéis, a tendência é de alta e deve se manter até as eleições em outubro, segundo o economista do ZAP. Em março, o acumulado dos 12 meses anteriores atingiu 7,6%. Com a alta de juros para conter a inflação impactando o acesso ao financiamento, deverá ser mantido o ciclo de desaceleração do preço de venda dos imóveis. Por outro lado, a retomada do trabalho nas empresas deve continuar gerando alta no segmento de imóveis de aluguel.
“Consideramos o cenário de manutenção, com o volume de locação crescendo a um ritmo acelerado, em razão da volta das pessoas paulatinamente ao mercado de trabalho.”
Fonte: Valor Econômico