Em outubro de 2021 o Facebook anunciou sua mudança de nome para Meta e desde então, as pessoas têm se interessado cada vez mais no metaverso. Esse universo paralelo assemelha-se à dinâmica da vida real e, como não poderíamos deixar de comentar, isso inclui também o setor imobiliário.
Grandes empresas e investidores como Decentraland, Somnium Space e The Sandbox, já estão adquirindo terrenos no metaverso por meio de NFTs que asseguram o direito à propriedade virtual.
E já tem gente querendo fazer festa por lá. Recentemente o rapper Snoop Dogg adquiriu um terreno virtual em que, segundo o cantor, será um espaço para shows, festas e exposições no imóvel que será uma réplica de sua mansão localizada na Califórnia. Um fã? Pouco tempo depois da aquisição, um usuário comprou o imóvel virtual situado ao lado da residência do cantor por R$ 2,5 milhões.
As grandes redes varejistas não ficam de fora. O Carrefour anunciou recentemente a compra de um terreno no SandBox.
A valorização dos imóveis virtuais é o que os aproxima da vida real. Aqueles que já compraram terrenos no metaverso esperam que as áreas adquiridas valorizem num futuro próximo.
A presença de artistas e cantores faz crescer a especulação imobiliária. Os valores também oscilam de acordo com a criptomoeda utilizada em cada plataforma. No momento, adquirir um imóvel no metaverso parece fazer sentido apenas para empresas e artistas, que por sua vez ganham mais um espaço de visibilidade para promoção de suas marcas. Para pessoas comuns, esse tipo de aquisição fará sentido quando as plataformas voltarem-se para eventos comuns ao nosso dia a dia, como eventos, reuniões e aulas.
Programadores e designers 3D são as profissões do futuro: isso porque esses profissionais são responsáveis por desenvolver avatares, roupas e acessórios para usuários da plataforma. “Se as pessoas estão migrando para ter experiências virtuais, faz sentido poderem construir seus avatares e casas virtuais”, disse Fábio Araújo, sócio-diretor da consultoria imobiliária Brain.
Para Flávio Tavares, fundador da Welcome Tomorrow, o metaverso só se tornará popularmente utilizado quando oferecer opções para tal, de modo que se crie um aparelho específico para acessá-lo de forma imersiva e com preços acessíveis. Enquanto isso não acontece, o uso é restrito a investidores dispostos a correr riscos e que apostam em criptomoedas.
Essa é ainda uma forma para que empresas que atuem no mercado de vendas e locação de imóveis possam aliar-se ao metaverso e utilizar esse espaço como forma de divulgar seus empreendimentos. Fábio Araújo acredita ser possível construir prédios virtuais vendidos pelas construtoras para que as pessoas passem um final de semana, por exemplo.
Caso se popularize, é possível que as aquisições no metaverso venham acompanhadas de impostos, tal qual na vida real. Os imóveis digitais podem também ser utilizados como garantias para empréstimos na vida real.
Fonte: Folha de S. Paulo