Divulgada nesta segunda-feira pelo BC, a pesquisa Focus revelou que os especialistas consultados elevaram a projeção para a alta do IPCA este ano de 5,65% a 6,45%, muito acima do teto da meta, de 5,0%. O mercado elevou com força as perspectivas para a inflação neste ano acima de 6% e passou a ver maior aperto monetário,
Em 2023, as projeções também subiram de 3,51% a 3,70%. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Na última semana, a Petrobras anunciou aumento dos preços do diesel em cerca de 25% em suas refinarias, enquanto os valores da gasolina devem subir quase 19%, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia. Com isso, a projeção para o aumento dos preços administrados no levantamento semanal do BC saltou a 5,61% e 4,50%, respectivamente, em 2022 e 2023, de 4,85% e 4,28% antes.
Em fevereiro, o IPCA atingiu o nível mais alto para o mês em sete anos, de 1,01%, sob o peso dos custos de educação e alimentos, levando a taxa em 12 meses a 10,54%.
As intensas pressões inflacionárias levaram os economistas a elevar as projeções para a taxa básica de juros neste ano e no próximo, a 12,75% e 8,75% respectivamente. A pesquisa anterior apontava uma taxa de 12,25% em 2022 e 8,25% em 2023.
É com esse cenário à frente que o BC se reúne esta semana para decidir sobre a política monetária. Segundo o Focus, a autoridade monetária deve elevar a Selic a 11,75% na reunião, ante taxa atual de 10,75%.
Fonte: Exame