A chegada de indústrias e a volta das aulas presenciais em universidades, são características que contribuem para o desenvolvimento de centros urbanos. Na região de Itapetininga (SP), a chegada de empresas e escolas também tem interferido na criação de projetos das incorporadoras. Com mais de 30 anos trabalhando na construção de casas e apartamentos, o engenheiro Antônio Galvão, que é dono de uma construtora em Itapetininga, tem visto de perto as mudanças nas preferências dos consumidores.
Segundo Galvão, com um cotidiano mais agitado e o menor poder aquisitivo dos moradores, a procura por apartamentos tipo “Studio” aumentou nos últimos anos.
Para o engenheiro, as mudanças são positivas e devem ser exploradas pelas construtoras. Pensando nisso, estão sendo construídos mais de 100 apartamentos de até 30 m², nas cidades da região.
O que está por trás dessa mudança de comportamento?
Os dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP) também revelam que, além das mudanças no estilo de vida, a preferência por apartamentos menores está relacionada ao poder aquisitivo das pessoas, que reduziu durante a pandemia de coronavírus.
Em uma pesquisa divulgada pelo órgão, mais da metade dos imóveis usados vendidos em Sorocaba e em outras 13 cidades da região em dezembro de 2021, não ultrapassou a faixa dos R$200 mil. Os dados que foram apurados em mais de 65 imobiliárias e corretores da região, confirmam que imóveis com esses preços representaram 56% do total vendido no mês. A maioria dos imóveis neste valor, 77,5% está situada em bairros da periferia.
Conforme o Conselho, a pesquisa também apurou que 80% das casas vendidas em dezembro de 2021 na região de Sorocaba têm dois dormitórios e áreas úteis variando entre 51 e 100m².
“Infelizmente, com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas perderam seus empregos e tiveram que se adaptar. Algumas venderam suas casas e compraram apartamentos. Outras, venderam seus apartamentos localizados em áreas luxuosas e se mudaram para áreas menos valorizadas“, relata o presidente do CRECI-SP, José Augusto Viana Neto.
Já os apartamentos se dividem entre os de 2 dormitórios (80%), 1 dormitório (10%) e 3 dormitórios (10%).
“As indústrias imobiliárias registraram um aumento no preço do m². Para manter a força de venda e tornar as compras de imóveis mais acessíveis, as construtoras começaram a criar projetos menores“, explica José Augusto.
Fonte: G1