A razão da alta de imóveis na Bahia se encontra no número de escrituras de compra e venda de imóveis registrados nos cartórios do estado, que cresceu 33% em 2021, frente a 2020. Foram 36.277 negociados em 2021 contra 27.038 no ano anterior, de acordo com o Colégio Notarial do Brasil – Seção Bahia (CNB/BA).
Além disso, a quantidade de novos empreendimentos aumentou em 60% em 2021, segundo o que diz a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA). Os bairros que se destacam nesse quesito são Horto Florestal, Pituba, Imbuí, Graça e Barra. Dados mostram que os nove primeiros meses de 2021 tiveram mais vendas do que todo o ano de 2020, enquanto o balanço do último trimestre ainda está em andamento.
Mas nem sempre tudo foi flores. O grande “boom” do setor foi precedido por anos de crise, entre os anos 2014 e 2019, segundo o presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha. “O Brasil viveu uma grande crise política e econômica nesses anos e isso fez com que as empresas se retraíssem. Essa demanda reprimida, com a taxa de juros baixas e medidas de incentivo à economia deu início a recuperação do setor”, detalha Cunha.
Um dos fatores que contribuiu para o crescimento do setor foi a facilidade da compra e venda dos imóveis, possível pelo e-Notariado (www.e-notariado.org.br). Desde o lançamento da plataforma, em junho de 2020, o crescimento foi de 37% na transação de propriedades, na Bahia. O comparativo é entre junho de 2020 a maio de 2021, com junho de 2019 a maio de 2020.
Além da alta nos lançamentos, ele cita uma diminuição considerável no número de imóveis disponíveis à venda. Em 2014, eram mais de 17 mil. Em 2019, cerca de 8 mil, e, em 2021, apenas 2,8 mil estão sem ocupação. “Houve uma baixa no lançamento de imóveis para que o mercado absorvesse os que já existiam”, conta. No último trimestre de 2019, a recuperação também já estava rodando. Aquele trimestre representou mais lançamentos do que todo o ano de 2018.
Em 2022, o ano será de desafios. “Tivemos um problema com o crescimento da inflação e aumento dos custos de materiais de construção. O aço, por exemplo, aumentou 45%, os elevadores, 30%, tubos de PVC, 39%. Isso impactou na construção civil e teremos eleição, então, se houver baixa na inflação e na taxa de juros, que é a tendência, a partir do final de 2022 e início de 2023, voltaremos a crescer”, prevê Claudio Cunha.
Fonte: Correio24horas