O Tribunal de Contas do Município (TCM) concedeu a autorização para realizar o leilão de Certificadas de Potencial Construtivo (Cepacs) na operação urbana Água Espraiada, região que beira trechos da marginal Pinheiros, Berrini, Brooklin, Chucri Zaidan e Jabaquara.
A notícia já era muita esperada por incorporadoras que almejam novos projetos na região, principal eixo de crescimento do mercado imobiliário paulistano. O valor definido por cada Cepac foi de R$2.175, com uma previsão de que seja emitido um total de 160 mil títulos, que podem gerar R$ 348 milhões.
Os Cepacs são títulos que permitem às construtoras erguerem prédios acima dos limites impostos pela lei em cada bairro. Os recursos arrecadados pelos cofres públicos vão para obras de infraestrutura e mobilidade na região. Além das empresas de construção, os investidores também são atraídos pelos leilões, depois vendem os Cepacs no mercado secundário, na bolsa de valores.
O leilão estava suspenso desde dezembro de 2020 devido a questionamentos sobre qual o valor correto para levar os títulos ao mercado. A proposta original da prefeitura era ofertar a R$1.450, mas o tribunal apontou falta de embasamento para esse valor. Foi então que o corpo técnico da corte sugeriu elevar o montante para R$2.175 (correção de 50%), algo mais próximo às negociações recentes em Bolsa. A prefeitura aceitou.
Atualmente não existe um prazo exato para publicação do edital revisado, a recomendação do TCM é que exista um prazo de 15 dias entre a publicação do edital e a realização do leilão. A prefeitura está autorizado a emitir até 320 mil Cepacs. Se quiser, pode elevar ou diminuir o total da oferta original, de 160 mil, no novo edital de acordo com sua avaliação de mercado.
Segundo a avaliação do corretor e consultor de investimentos Sérgio Belleza, se depender das incorporadoras, ainda existe apetite para mais. “Como não temos leilões há dez anos, existe uma demanda que aguarda títulos como este”. Silvio Luiz Sanchez, empresário da incorporadora MSB Sanchez, lamenta que a cidade tenha ficado tanto tempo sem oferecer Cepacs, pois isso gera gargalos para o lançamento de novos projetos.
Fonte: Estadão