Por causa da pandemia, a mobilidade da população foi restringida em toda a parte, e com isso a economia foi fortemente atingida. O que todos imaginavam, é que esse cenário nos levaria a forte queda nas vendas e locação de imóveis e adiamento de novos lançamentos. Mas felizmente, e puxado pela baixa taxa de juros, o mercado imobiliário se manteve forte e entregou bons resultados de crescimento, principalmente no segmento de imóveis residências e galpões logísticos.
Se os imóveis residenciais tiveram um bom desempenho devido a baixa taxa de juros, que beneficiou o crédito imobiliário, os galpões logísticos alcançaram uma grande procura devido a adoção forte do e-commerce, outra mudança que a pandemia trouxe em definitivo.
Mas os imóveis comerciais, como lojas e escritórios, não tiveram a mesma sorte e sentiram fortemente os impactos causados pela pandemia. Alguns analistas chegaram a prever uma grande crise sobre as lojas corporativas por conta do cenário de sucesso na adoção do home office.
Mas devido o avanço da vacinação, podemos observar que este o segmento está retomando o fôlego, com sinais de recuperação ainda este ano, 2021. Ao analisar os dados divulgados pelo portal ZAP+ em São Paulo, é possível observar que nos últimos 8 meses a taxa média mensal de aumento nos preços foi de 2%, além de um crescimento mensal de 8% na buscas deste segmento.
Se compararmos o final de 2020, com Agosto/2021, as lajes e salas comercias, apresentam um crescimento de 79% acumulado e de 16% de aumento no preço do m². Segundo o FipeZap de Setembro/2021, este início de recuperação se dá a nível nacional, onde o índice para locação de imóveis comerciais teve alta de 2% quando comparado com o fim de 2020, chegando a patamares pré-pandemia (fev/19).
Mesmo com os resultados acumulados de 2021, acreditamos que ainda haja espaço para crescimento em 2022, uma vez que, com a conclusão dos programas vacinais e o encerramento das medidas de distanciamento, as empresas tendem a aumentar o retorno dos colaboradores aos escritórios. Ainda que as empresas mantenham o trabalho home office, a maioria tem optado pela carga híbrida (parte do tempo em casa e parte no escritório). E mesmo as empresas que anunciaram a adoção do home office 100% do tempo, tem aberto pequenos escritórios para eventuais encontros e reuniões.
O quanto de crescimento ocorrerá dependerá dos formatos de modelos de trabalhos a serem testados. Neste momento, parece estar claro que nem todos voltarão para o modelo majoritariamente presencial que vigorava no pré-pandemia. Novos arranjos certamente serão testados, com impactados no tamanho e na geografia da demanda por área locável.
Fonte: Exame