A palavra mais usada pelas incorporadoras para descrever 2022 é: incerteza. Incertezas políticas e econômicas, somam-se a um ano de eleição polarizada e dificultam as análises e projeções para o mercado imobiliário em 2022.
Em reportagem de Chiara Quintão, para a Valor Econômico, as principais construtoras e incorporadoras do país, revelaram suas estratégias bem mais cautelosas para o próximo ano.
EZTec
Diferente de 2021 em que iniciaram com “força, vitalidade e energia“, a EZTec está encerrando o ano com o maior nível de estoque desde sua fundação em 1979, e por isso escolheu iniciar 2022 com cautela e “postergar as decisões mais arrojadas para 2023“, diz Emilio Fugazza, diretor financeiro.
“Vendas de imóveis dependem muito de confiança, pois o comprador adquire uma dívida de 30 anos, mas há turbulências econômicas e políticas”.
Os números da EZTec no 3º trimestre: aumento no lucro líquido de 21,2%, e crescimento de 9,6% da receita líquida. A margem bruta foi de 43,6% para 50,5%.
Tecnisa
A Tecnisa está mais otimista e acredita que o mercado irá se ajustar. “Quem não comprar um imóvel hoje vai comprar mais para frente, mesmo que talvez não seja do mesmo tamanho ou em outro bairro” afirma Joseph Nigri, vice-presidente do conselho de administração.
Apesar de não ter definido o orçamento para 2022, a companhia irá cumprir a meta de lançamentos que estipulou para 2020-2021 de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão.
Os números da Tecnisa no 3º trimestre: prejuízo líquido cresceu 30% e a receita teve queda de 57%. A margem bruta ficou negativa em 7,4%.
Cyrela
“Tudo igual”, será o lema da Cyrela, que pretende seguir em 2022 a mesma linha deste ano. “Há muitas incertezas em relação a 2022 referentes ao cenário macroeconômico e turbulências adicionais devido às eleições, mas esperamos manter o tamanho deste ano”, segundo Miguel Mickelberg, diretor financeiro.
Os números da Cyrela no 3º trimestre: queda de 83,1% no lucro líquido, crescimento da receita de 10,7% e aumento na margem bruta de 32,5% para 34,7%.
Trisul
Ainda de olho no fechamento de 2021, a Trisul continua investindo esforços para cumprir a meta de lançamentos deste ano “os esforços são para o cumprimento” diz Michel Christensen, diretor adjunto de relações com investidores. Ele acredita que “o pior da inflação ficou para trás“, e que a fase de queda acentuada na vendas de imóveis está no fim.
Os números da Trisul no 3º trimestre: queda de 31% no lucro líquido, queda de 25% para a receita líquida e aumento na margem bruta de 34,3% para 38,2%. O prejuízo financeiro cresceu 333%.
Cury Construtora e Incorporadora
A Cury não quer tirar o pé do acelerador, mas definirá suas estratégias de acordo com o mercado. “Estamos de olho nos acontecimentos. Enquanto a demanda continuar resiliente, estamos prontos para crescer. Cumprimos, até o fim de setembro, nossas metas para o ano de lançamentos e vendas de R$ 2 bilhões” diz o presidente Fábio Cury.
Os números da Cury no 3º trimestre: aumento de 36,4% no lucro líquido, aumento de 40% de receita líquida e a margem bruta também subiu de 37,9% para 38,3%.
Fonte: Valor Econômico
Foto: istockphoto