Não é novidade que no Brasil passamos por um momento de piora na desempenho macroeconômico. E o setor Imobiliário já dá sinais de desaceleração na vendas de imóveis. A Remax Brasil, maior rede de franquias imobiliárias, comercializou no último trimestre, de Julho à Setembro, um VGV (valor geral de vendas) de R$1,72 bilhão, um crescimento de 59% na comparação anual. Um bom número, mas que se comparado com o primeiro semestre, que houve um crescimento de 152% nas vendas, indica que o ritmo de alta desacelerou.
“O mercado imobiliário vinha vivendo um frisson, com um vento muito bom. O ritmo diminuiu, mas, como velejamos muito bem, estamos mantendo a mesma velocidade “, diz o presidente da Remax, Peixoto Accyoli.
Mesmo em meio a incertezas, Peixoto observa algumas oportunidades para o mercado: uma delas é o caminho de volta para as capitais, de pessoas que se mudaram para interior ou litoral no auge da pandemia.
“Algumas pessoas tomaram uma decisão permanente em uma condição temporária. Neste momento, parte de quem se mudou percebeu que a pandemia vai acabar, e a estrutura de hospitais e escolas de onde está não é conveniente”, diz o executivo.
Ainda no segmento residencial, a procura por imóveis maiores e loteamentos segue sendo tendência desde o início da pandemia em 2020.
Já no segmento comercial, apesar da alta vacância dos prédios comerciais, devido a adoção do sistema home office de trabalho, já é possível observar um movimento “sem volta” de um novo modelo de trabalho: o híbrido, o que possibilita um aquecimento neste segmento nos próximos meses.
“O século XXI chegou, finalmente, com mais utilização de tecnologia, com o ‘home office’ e com a possibilidade de as pessoas morarem em lugares longínquos e de trabalharem de casa. Mas o segmento vai ser remodelado. As pessoas sabem a importância de estar juntas”, diz o presidente da Remax.
Outra área que merece destaque, são a procura por galpões e “self storages“, que continua aquecida e com alta demanda.
Apesar do momento de instabilidade, Peixoto lembra que imóveis ainda são vistos como “garantia e segurança”. E que muitos investidores estão migrando novamente para imóveis.
Fonte: Valor Econômico