Juros baixos, facilidades no crédito imobiliário: a pandemia do coronavírus acabou abrindo boas oportunidades para quem quer comprar a casa própria. No entanto, uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o corretor deve ser preparar para responder uma questão bastante importante: a renda mínima para financiar imóvel.
De acordo com o órgão, 40% dos brasileiros não sabem qual é a renda mínima para financiar imóvel. Até dá para imaginar por quê, já que ela depende de vários fatores. Por isso, é importante que o corretor tenha tudo na ponta da língua, melhorando a experiência de compra.
O que influencia na renda mínima para comprar imóvel?
A primeira coisa que seu cliente deve ficar sabendo é que não há uma resposta certa para isso. A renda mínima para comprar imóvel vai variar principalmente de acordo com o valor do mesmo.
Muitas vezes o imóvel pretendido está acima das possibilidades do seu cliente. É preciso saber explicar isso e mostrar alternativas viáveis, que causem menos impacto no orçamento. Afinal, não adianta comprometer o máximo permitido e não conseguir pagar as prestações mais adiante.
Por isso, o corretor deve orientar seu cliente a inverter a pergunta para qual o valor do imóvel que ele pode comprar com a renda atual.
Além disso, é bom lembrar que cada bando tem suas regras próprias. Então é importante também ver qual deles oferece as melhores condições de taxas, juros, entrada, etc.
Valor da entrada também deve ser considerado
A renda mínima para financiar imóvel também vai depender do valor da entrada. É uma regrinha básica de 3: quanto maior for o percentual de entrada, menor o saldo devedor, que pode se traduzir em prestações menores ou menos tempo de pagamento.
Hoje a entrada mínima está em 20% na maioria dos bancos, mas a recomendação é de que ela seja de pelo menos 30% para que as prestações fiquem menos pesadas. Na prática, esse valor vai corresponder a R$ 80 mil em um imóvel de R$ 400 mil, por exemplo.
Os especialistas estimam o tempo médio de dois a três anos para juntar esse valor, a partir do momento em que é tomada a decisão de financiar imóvel.
E aí voltamos à questão anterior: qual o imóvel que pode ser comprado. Por que não adianta o cliente juntar o valor da entrada para um imóvel de R$ 800 mil se a sua renda é R$ 4 mil, por exemplo.
Isso acontece porque, por lei, apenas 30% da renda bruta do tomador do crédito pode ser comprometida com o financiamento de imóveis. Isso atrela mais ainda a renda mínima ao valor do imóvel.
Idade também influencia renda mínima e CET
Outro ponto que o corretor precisa alertar o cliente é em relação à idade. Quanto mais velho o maior a renda mínima para financiar imóvel e maior também o Custo Efetivo Total (CET.
Para entender, nada como exemplos práticos. Pegando um imóvel de R$ 400 mil por exemplo, digamos que o banco exija uma renda mínima de R$ 9 mil para uma pessoa de 20 anos. Ela pagará uma taxa de juros 6.75% a.a., com CET de 7,30% para um financiamento em 360 meses. A renda mínima pedida é de R$ 9.094,97.
Já se a pessoa tiver 30 anos, os juros continuam 6.75% a.a., mas a CET passa para 7,45% e a renda mínima sobe para R$ 9.101,37. Aos 45 anos, essa diferença fica maior no mesmo banco, com 8,30% de CET e R$ 9.311,50.
Por que isso acontece?
A idade do responsável pelo empréstimo influenciar na renda mínima porque, quanto mais velho, maior o risco. Por isso, o seguro dos mais jovens é menor, assim como a chance de conseguir um prazo mais longo de financiamento.
Já a renda mínima é calculada como a soma dos rendimentos de toda a família. Para o banco, a fonte dessa renda também influencia. Quanto mais estável, menor o risco de calote.
Ajude seu cliente a pesquisar e fazer simulações
Por isso, a melhor forma de focar na realidade e evitar decepções é pesquisando as condições bancárias e fazendo simulações.
Mas é importante que o seu cliente não se atenha apenas à renda mínima para financiar imóvel. os bancos são exigentes na hora de aprovar o financiamento, então ele também deve ser criterioso na hora da escolha do banco.
Veja o que deve ser considerado:
Taxa de juros – Ela é importante, principalmente com as medidas para mitigar a crise do coronavírus. Mas seu cliente precisa entender que há outros itens que compõem as parcelas, como as taxas de manutenção e os seguros.
Custo Efetivo Total (CET) – O CET é justamente o indicador que inclui os demais custos além dos juros. Por isso essa é a taxa que vai definir o valor da parcela mensal.
Relacionamento com o banco – Um financiamento imobiliário costuma ser uma relação para grande parte da vida. A maioria costuma ser um empréstimo de 30 anos, por isso é importante que o relacionamento com o banco seja bom.
Os bancos costumam ser menos rigorosos com quem já é (um bom) cliente, mas analise também as demais taxas, como as de cartão de crédito, tarifas, crédito pessoal, cheque especial, etc.
O ideal é juntar todas as suas transações no mesmo banco para obter vantagens.
Seja qual for a escolha do banco, no entanto, o corretor deve lembrar sempre ao cliente que qualquer renda mínima para financiar imóvel precisa ser comprovada.
Essa comprovação é tão importante quanto ter nome limpo no mercado e ter todos os documentos em dia.
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