Como bom corretor você deve estar sempre atento às mudanças do mercado. E, muito provavelmente, já percebeu que alguns conceitos que já foram moda estão retornando com força bastante expressiva. Um deles é o coliving, uma releitura do cohousing da década de 70.
A verdade é que esse movimento está crescendo e se transformando em uma verdadeira tendência do mercado imobiliário, atraindo clientes e investidores.
Descubra mais sobre o assunto e como ela podia movimentar o dia a dia da sai imobiliária!
O que é o coliving?
Antes de mais nada é preciso dar um passinho atrás e dar uma espiada no auge do movimento hippie, na década de 70. Foi lá, na Dinamarca, que surgiu o conceito de cohousing: a primeira comunidade foi a Sættedammen.
Lá, 35 famílias tinham suas moradias individuais, mas dividiam as áreas comuns de refeições e de convivência, e também as atividades de manutenção e limpeza, por exemplo.
Em 1998, com o conceito de sustentabilidade ganhando cada vez mais força no mundo, esse modelo de habitação inspirou o arquiteto norte-americano Charles Durrett.
Durret criou então a empresa The Cohousing Company, e começou a expandir o modelo no mercado imobiliário. E o mercado gostou. Dois anos depois, já estava no Canadá e, 10 anos mais tarde, também na Ásia e Europa.
Por aqui demorou mais um pouquinho. Foi só em 2013 que esse sistema de moradia compartilhada começou a despontar no Brasil – e já iniciou de olho em um nicho bem específico: a terceira idade.
Qual é o público do coliving?
Claro que a sacada do coliving para a terceira idade é genial. Além de reduzir custos, também acaba melhorando a interação social, criando núcleos saudáveis de convivência.
No entanto, a terceira idade está longe de ser o único público-alvo deste tipo de moradia compartilhada. Muito pelo contrário. Solteiros em geral, profissionais autônomos, jovens casais e os chamados nômades digitais são algumas das personas que mais se interessam pelo coliving.
Mas também não é só. O sistema tem agradado tanto que já existe um filão no mercado para casais com crianças. Neste caso, inclusive, geralmente os próprios moradores criam um sistema de suporte para os pequenos.
Outro público são as pessoas que moram longe dos grandes centros, mas precisam estar próximos ao trabalho. Quem precisa, mas não gosta de morar sozinho, também tem buscado este tipo de moradia.
Moradia compartilhada, mas também colaborativa
A ideia que nasceu do movimento hippie mantêm um bocado de suas características até hoje. A ideia é compartilhar áreas de atividades, mas também ajudar os demais moradores no dia a dia, seja tomando conta das crianças, seja, ajudando a preparar um almoço ou café da manhã, auxiliar uma pessoa doente ou até mesmo emprestar uma roupa.
Por isso, é claro que é preciso que os moradores estejam afinados com a ideia. A sustentabilidade, por exemplo, está no centro da questão. A ideia é reduzir ao máximo o desperdício em geral, além de melhorar as relações humanas e até gerar novas oportunidades de trabalho através do coworking.
Como funciona o sistema?
Para o corretor, é importante encontrar o público certo para cada tipo de coliving. Ele pode ser uma casa, em apartamentos ou mesmo um condomínio de pequenas unidades.
No caso de um apartamento, por exemplo, cada inquilino vive em seu quarto, mas compartilham sala, cozinha e varanda. Se for um condomínio coliving, cada casinha pode ter apenas quarto e banheiro, com lavanderia, cozinha, sala de TV e jardim coletivos, por exemplo, além do coworking.
O importante é que todos estejam alinhados com os princípios da moradia colaborativa.
Perfis deve ser alinhados
Por isso é muito importante haver um alinhamento de perfil entre os moradores. Então conhecer a fundo seus clientes é fundamental.
É importante frisar que, ao contrário de uma república, quem busca um coliving muitas vezes não está buscando apenas economia. Para muitas pessoas é um estilo de vida, mais leve, flexível e sustentável.
Isso faz com que o público-alvo fique bastante amplo em relação às atividades exercidas e à idade, por exemplo.
O corretor que decidir se especializar nesse tipo de moradia vai encontrar um grande público. Mas deve ter cuidado nas escolhas, reunindo pessoas com os mesmos interesses.
Geralmente há um período de alinhamento de expectativas através de reuniões. Nelas são debatidos os assuntos de interesse geral para identificar os perfis mais parecidos e gerar um grupo coeso.
O ideal é que haja uma conexão com os demais moradores, gerando uma convivência harmoniosa e pacífica. Afinal a ideia é que todos colaborem com tudo, reduzindo o peso das atividades diárias e otimizando o tempo de todo mundo.
Desvantagens também existem
Tudo parece perfeito, mas é claro que também há desvantagens. O corretor precisa compreender bem quais são e ser claro a respeito delas para seus clientes.
O primeiro ponto é ter consciência de que a colaboração deve ser de todos. Se esse não é o perfil, é melhor não tentar.
Há empresas especializadas em imóveis para coliving. Mas há casos a escolha do grupo pode ser demorada. Entre o projeto arquitetônico, as obras, as reuniões para a formação do grupo e o alinhamento de expectativas, pode levar até 3 anos. Então é preciso encontrar a empresa certa se o cliente tem pressa.
Há pouca privacidade, já que a maioria dos cômodos é compartilhada. Ao mudar para um coliving espera-se uma troca de experiências entre os moradores, então é preciso que a pessoa esteja realmente disposta a isso.
Nos empreendimentos para locação, geralmente as unidades já estão mobiliadas. Isso significa uma economia nos gastos com móveis, mas a falta de personalização pode ser problema para algumas pessoas.
De qualquer forma, o corretor deve ficar atento ao nicho do coliving, uma modalidade que está crescendo rápido e pode gerar ótimas oportunidades. Afinal, o coliving pode ser um ótimo investimento para quem quer diversificar suas opções no mercado imobiliário.
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