O mercado imobiliário brasileiro permanece resiliente, com resultados positivos em 2024, apesar dos desafios econômicos. No entanto, especialistas do Banco Safra alertam para os desafios que 2025 pode trazer, especialmente com o aumento das taxas de hipoteca e as condições de crédito mais restritas, o que poderá impactar a demanda e reduzir as vendas das construtoras.
Segundo a análise do banco, o aumento das taxas de juros, previsto para o ano seguinte, terá reflexos diretos no financiamento imobiliário. As originações de empréstimos para construção devem se tornar mais caras, uma vez que os empréstimos para indivíduos deverão ser priorizados. Para as construtoras, empresas com balanços mais fortes e bons relacionamentos com bancos poderão garantir taxas mais atraentes, se beneficiando de um mercado de crédito mais escasso, o que pode reduzir a oferta de novos lançamentos e beneficiar suas vendas futuras.
O cenário para 2025 também apresenta um pico de entregas imobiliárias, o que exigirá um aumento nas transferências bancárias e, consequentemente, poderá levar a um aumento nos cancelamentos de financiamento, dado o ambiente de juros mais altos e a menor acessibilidade das famílias.
Em 2024, as originações de empréstimos atingiram um recorde histórico de R$ 312 bilhões, com o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) representando a maior parte, com R$ 187 bilhões. No entanto, a expectativa é de que, em 2025, as originações de empréstimos do SBPE caiam em torno de 17%, principalmente devido à redução no volume de empréstimos para construção, que deverá ser majoritariamente financiado por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Além disso, as mudanças nas fontes de financiamento estão remodelando o mercado. A retirada constante de depósitos da poupança tem pressionado o financiamento tradicional, enquanto alternativas como LCIs, CRIs e Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) ganham força. No entanto, mudanças regulatórias aumentaram os custos das LCIs, tornando-as menos atraentes.
Para o ano de 2025, a Abecip, entidade que representa o setor de crédito imobiliário, vê com preocupação a redução na acessibilidade para aquisição de imóveis, destacando que a expectativa é de que o valor das originações para a construção de novos imóveis seja significativamente reduzido, com um foco maior nos financiamentos para unidades entregues.
Em resumo, enquanto o mercado imobiliário se mantém forte, a pressão das taxas de juros mais altas, aliada à redução no crédito para construção, promete transformar 2025 em um ano de desafios e mudanças no setor.
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Informações retiradas de O Especialista