Mesmo com os juros elevados, 51% dos brasileiros planejam comprar um imóvel por meio de financiamento nos próximos dois anos. A pesquisa “O futuro da relação do brasileiro com o dinheiro e as finanças”, conduzida pela Croma Consultoria, aponta que a geração Millennial (27 a 42 anos) é a mais interessada, com 63% das intenções de compra financiada.
Além dos imóveis, 64% dos brasileiros desejam financiar outros bens de consumo nos próximos anos. O estudo destaca que o financiamento é uma alternativa viável para muitas famílias que não dispõem do valor integral para pagamento à vista ou que preferem não comprometer o orçamento de uma única vez.
Norte e Centro-Oeste se destacam na intenção de compra financiada
As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam o maior percentual de brasileiros interessados na compra de imóveis financiados, com 60% dos entrevistados manifestando esse desejo. Essa tendência pode estar relacionada a fatores como crescimento econômico, expansão urbana e acesso facilitado a crédito por meio de bancos regionais e cooperativas financeiras.
Imóveis e veículos dominam a busca por financiamento
Entre os bens de maior valor adquiridos por financiamento, os imóveis ocupam o primeiro lugar, seguidos por veículos, com 43% das intenções de compra financiada. O estudo mostra que a busca por veículos financiados é mais forte entre as classes A (57%) e B (52%), indicando uma maior predisposição desse público para assumir compromissos financeiros de longo prazo.
Enquanto o prazo ideal para financiamento de veículos varia entre 13 e 36 meses para 37% dos entrevistados, a compra de imóveis é planejada para mais de 60 prestações por 36% dos consumidores.
Outros bens também entram na lista de parcelamentos
Além de imóveis e veículos, muitos brasileiros planejam financiar itens do dia a dia. Os produtos mais parcelados são:
- Celulares e smartphones: 28%
- Eletrodomésticos (fogão, geladeira, máquina de lavar): 22%
- Notebooks e computadores: 18%
- Viagens nacionais ou internacionais: 17%
- Eletroeletrônicos (televisores, ar-condicionado): 17%
Bens de menor valor costumam ser parcelados em prazos mais curtos. Segundo o levantamento, 39% dos entrevistados preferem dividir esses produtos em até 6 vezes, enquanto 48% optam por um parcelamento de até 12 vezes.
Gerações mais jovens enxergam o financiamento como estratégia
A pesquisa mostra uma diferença significativa entre gerações no que diz respeito à disposição para contrair dívidas. Enquanto Millennials (72%) e a Geração Z (75%) veem o financiamento como uma estratégia para adquirir patrimônio e realizar desejos, as gerações mais velhas adotam uma postura mais conservadora. Apenas 52% da Geração X (43 a 58 anos) e 58% dos Baby Boomers (59 anos ou mais) demonstram interesse nesse tipo de operação financeira, priorizando estabilidade e evitando compromissos de longo prazo.
Outro dado relevante é a diferença de comportamento entre gêneros: 67% das mulheres demonstram intenção de adquirir bens financiados, enquanto entre os homens esse percentual é de 61%.
Regiões Norte e Centro-Oeste lideram a busca por crédito
O estudo aponta que as regiões Norte e Centro-Oeste (77%) têm os maiores percentuais de consumidores dispostos a financiar bens. Esse comportamento está ligado a fatores como volatilidade do emprego, alta presença de renda informal e acesso facilitado ao crédito por meio de fintechs e cooperativas.
Além disso, em algumas dessas localidades, é comum a concessão de crédito sem exigência de comprovação de renda, o que pode incentivar financiamentos sem uma análise detalhada dos custos envolvidos. O Nordeste (64%), o Sul (63%) e o Sudeste (61%) também aparecem no ranking das regiões onde o financiamento é amplamente utilizado.
O financiamento como alternativa de acesso
Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma e idealizador do estudo, o financiamento se tornou uma estratégia importante para viabilizar o consumo no Brasil, principalmente entre os mais jovens.
“Para as gerações mais jovens, o parcelamento de bens de consumo é visto como uma estratégia para construir um patrimônio e realizar desejos. Em contrapartida, os mais velhos preferem evitar esse tipo de compromisso financeiro, priorizando a sua estabilidade e a liberdade de dívidas”, afirma.
A pesquisa reforça que o crédito acessível oferecido por fintechs, cooperativas e bancos regionais têm desempenhado um papel essencial para impulsionar o financiamento de bens no país. No entanto, especialistas alertam para a importância de avaliar os custos envolvidos antes de assumir parcelas de longo prazo.
Informações retiradas de Larissa Maia ao Valor Investe.
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