Nos últimos anos, adquirir um imóvel no Brasil se tornou um desafio ainda maior para muitos. O preço médio das propriedades disparou, superando até mesmo os índices de inflação e tornando o sonho da casa própria distante para boa parte da população. Mas o que está impulsionando essa alta? Quais fatores contribuem para esse cenário? E o que podemos esperar do mercado imobiliário no futuro?
A seguir, vamos explorar em detalhes as causas dessa valorização e como você pode se preparar para enfrentar esse cenário desafiador.
Alta Demanda x Oferta Limitada
O desequilíbrio entre oferta e demanda é uma das principais razões para os preços elevados. O número de pessoas interessadas em adquirir um imóvel permanece alto, impulsionado por fatores como a busca por qualidade de vida, a necessidade de moradia e, em muitos casos, a intenção de investimento.
No entanto, a oferta de novos empreendimentos não tem acompanhado esse ritmo. Em áreas urbanas, especialmente nos grandes centros, a disponibilidade de terrenos para construção é cada vez mais limitada. Esse descompasso cria um ambiente competitivo, onde os preços naturalmente sobem.
Outro ponto relevante é o perfil dos compradores. Dados mostram que cerca de 49% das aquisições de imóveis são feitas como investimento, seja para aluguel ou revenda. Isso aumenta ainda mais a pressão no mercado e reduz as opções para quem deseja comprar para uso próprio.
Custos de Construção em Escalada
Os custos de construção também são um grande vilão. Desde a pandemia, o preço de materiais básicos como cimento, aço e ferro registrou aumentos expressivos. Esses itens, essenciais para qualquer obra, foram diretamente impactados pela interrupção das cadeias globais de suprimentos e pela alta do dólar.
Além disso, a mão de obra na construção civil está cada vez mais cara. A média de idade dos trabalhadores no setor chegou a 41 anos, e a dificuldade em atrair jovens para a profissão resultou em um aumento significativo nos salários. Em apenas uma década, os custos com mão de obra subiram 69%, segundo especialistas. Todo esse cenário inevitavelmente reflete nos preços finais dos imóveis.
Impactos Econômicos e da Pandemia
A pandemia trouxe mudanças significativas no comportamento do mercado imobiliário. Enquanto algumas pessoas buscaram imóveis maiores, com espaços para home office, outras viram suas finanças pressionadas, especialmente com a inflação em alta.
No Brasil, a inflação elevada, combinada com uma taxa Selic que chegou a níveis históricos, tornou os financiamentos mais caros e inacessíveis para muitos. Apesar disso, a demanda não recuou como esperado. Para investidores e compradores que podem pagar à vista ou com entradas robustas, o mercado continua atrativo, o que sustenta os preços elevados.
Cenário Internacional: O Problema Vai Além do Brasil
Embora o mercado imobiliário brasileiro tenha suas particularidades, a dificuldade para adquirir imóveis não é exclusividade nossa. Em países como Estados Unidos, Austrália e Espanha, os preços de casas e apartamentos cresceram a taxas muito superiores ao aumento dos salários.
Esse fenômeno global está criando uma crise habitacional, onde comprar ou alugar uma propriedade tornou-se financeiramente inviável para uma parcela significativa da população.
Quando os Preços Devem Cair?
A grande dúvida de quem sonha com um imóvel próprio é: os preços vão diminuir? Historicamente, crises econômicas severas podem provocar quedas significativas nos valores de mercado. Foi o que ocorreu no Brasil entre 2015 e 2018, quando os preços caíram cerca de 17%.
Contudo, para que isso volte a acontecer, seriam necessárias condições extremas, como aumento expressivo no desemprego ou uma retração econômica global. No cenário atual, o mercado permanece aquecido, e investidores continuam dispostos a pagar pelos preços elevados.
Como se Preparar para Comprar um Imóvel?
Mesmo diante desse cenário desafiador, é possível tomar medidas para planejar a compra de um imóvel. Confira algumas dicas essenciais:
- Organize Suas Finanças: Ter uma boa entrada pode reduzir os custos com juros em financiamentos. Por isso, economize e planeje-se para dar o maior valor possível na entrada.
- Diversifique Investimentos: Proteja seu dinheiro da inflação investindo em opções que garantam maior segurança e rentabilidade.
- Monitore o Mercado: Esteja atento a crises ou ajustes de preços, que podem abrir boas oportunidades de compra.
- Pesquise e Compare: Antes de fechar negócio, pesquise bastante e compare opções em diferentes bairros e empreendimentos.
O mercado imobiliário brasileiro enfrenta uma combinação de fatores que elevam os preços: alta demanda, oferta limitada, custos crescentes de construção e impacto de questões econômicas globais. Apesar das dificuldades, quem planeja a compra com cuidado e mantém-se informado pode encontrar boas oportunidades.
Embora a previsão de queda nos preços ainda seja incerta, o momento exige estratégia, paciência e conhecimento para que o sonho da casa própria se torne realidade.
Informações retiradas de Mariovaldo Azevedo ao O Petróleo.
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