Embora pertençam ao mesmo setor imobiliário, Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) atenderam a públicos distintos, e isso ajudou a explicar os desempenhos contrastantes das ações em 2024. Enquanto os papéis da Cyrela, voltada para imóveis de alta renda, desvalorizaram 27% no ano, a Direcional, com foco no segmento de baixa e média renda, registrou uma alta superior a 20%, impulsionada por programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.
Para entender as razões por trás desses resultados e as perspectivas para 2025, o analista Ruy Hungria, da Empiricus, traz suas análises:
Cyrela (CYRE3): resultados sólidos em um cenário adverso
Apesar da queda nas ações, a Cyrela apresentou crescimento de 20% na receita e 66% no lucro líquido em 2024. Segundo Hungria, esses números refletem a excelência operacional da empresa, mesmo diante de desafios macroeconômicos. “A combinação de Selic elevada, inflação persistente e desaceleração econômica impacta diretamente a demanda por imóveis, mas a Cyrela tem mostrado resiliência graças à sua execução formidável”, afirma.
Para 2025, Hungria acredita que os pilares do mercado imobiliário – emprego, renda e crédito – ainda dão suporte ao desempenho da companhia. “Mesmo com um recuo nos lançamentos, a Cyrela está sendo negociada a menos de 4 vezes o preço/lucro, o que cria uma assimetria interessante. Isso, somado à sua capacidade de distribuir dividendos, a torna atrativa para investidores,” analisa.
Direcional (DIRR3): dividendos robustos e crescimento no segmento de baixa renda
O desempenho positivo da Direcional foi sustentado pelo foco no segmento de baixa renda, que recebeu incentivos do Minha Casa, Minha Vida. Além disso, a negociação de até 15% da participação na Riva, subsidiária que atua em faixas superiores ao programa habitacional, injetou até R$397 milhões em caixa, o equivalente a 8% do valor de mercado da companhia.
“Esse reforço de caixa não só fortalece a estrutura da Direcional, mas também permite dividendos robustos, que atingiram 8% de yield em 2024 e podem chegar a 20% em 2025”, destaca Hungria.
Mesmo com incertezas econômicas, Hungria acredita que a Direcional continuará bem posicionada em 2025. “O segmento de baixa renda é menos sensível à Selic, e os dividendos seguem como um atrativo para investidores, reduzindo impactos de um cenário mais adverso,” conclui.
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Informações retiradas de Empiricus