Depois de um 2024 marcado pela valorização do mercado imobiliário baiano, o otimismo define as expectativas para 2025. “Fechamos este ciclo como líderes em lançamentos e vendas no Nordeste. Tivemos um crescimento de 197% nos lançamentos e 4% em VGV [valor geral de vendas], em comparação a 2023”, celebra Claudio Cunha, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).
Para Noel Silva, diretor e conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), a valorização beneficiou tanto compradores de moradia quanto investidores. “Após a baixa durante a pandemia de Covid-19, as pessoas voltaram a investir no setor imobiliário, e o segmento de aluguel também tem tido um crescimento expressivo”, afirma o conselheiro.
Os atores do mercado se mantêm confiantes mesmo diante do aumento da taxa Selic, que fechou o ano em 12,25%, dificultando o crédito imobiliário. Imóveis mais econômicos devem se destacar no setor, como explica José Azevedo Filho, presidente da Ello Imóveis: “Imóveis do tipo smart, quarto e sala e studio devem fechar o ano com 20% das vendas e lançamentos e continuarão em alta em 2025. Além disso, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou um projeto que permite ao governo subsidiar mais R$ 20 mil em unidades do Minha Casa, Minha Vida, o que dará fôlego ao mercado”.
Ele também destaca o Programa Renova Centro, da Prefeitura de Salvador, que pode isentar IPTU e ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) para quem investir, morar ou comprar imóveis nos bairros centrais da capital. “Isso pode transformar a região em um polo imobiliário”, completa.
O boom turístico da Bahia também impulsiona o mercado de aluguéis de temporada, especialmente de imóveis compactos, modernos e tecnológicos. No interior do estado, cresce a procura por loteamentos, com lançamentos de “condomínios de fazenda” e valorização da vida campestre. “Muitas pessoas passaram a trabalhar de forma remota e procuram locais com mais espaço, tranquilidade e qualidade de vida. Esses loteamentos com características de condomínio devem crescer cada vez mais, pois os consumidores também buscam cada vez mais segurança”, explica Noel Silva.
Outro destaque é a sustentabilidade. Nos centros urbanos, os lançamentos de edifícios com vagas para carros elétricos estão entre as apostas para o próximo ano.
Segmento de luxo
O setor de imóveis de luxo também manterá sua relevância em 2025, conforme levantamento da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Esse segmento representou, em média, 28% do VGV nas 10 maiores cidades do país nos últimos três semestres, incluindo Salvador. Apesar de representar apenas 5% do total de unidades lançadas, o mercado de luxo tem mostrado resiliência. Na capital baiana, o VGV do setor alcançou R$ 381 milhões apenas no primeiro semestre de 2024.
“O público que compra imóveis de luxo, em geral, não depende de financiamento e é atraído por produtos sofisticados, inovadores e bem localizados. Esses compradores buscam uma melhora na qualidade de vida, além do ganho patrimonial de longo prazo proporcionado por um ativo imobiliário de alta qualidade”, explica Luiz França, presidente da Abrainc.
Na visão de França, o fortalecimento da economia favorece um ciclo de inovação e exclusividade no segmento. “O mercado de luxo no Brasil está em plena evolução, oferecendo produtos exclusivos que atendem às expectativas de um público exigente. O fortalecimento da economia e a escassez de terrenos em algumas regiões só aumentam a atratividade dos lançamentos, criando oportunidades valiosas tanto para investidores quanto para compradores”, conclui.
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Informações retiradas de Joana Lopes ao jornal A Tarde