“Será o melhor ano do mercado imobiliário no estado desde antes do período do boom do setor”. Essa previsão de Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica, reflete o otimismo de incorporadoras, construtores e consumidores.
O cenário de aquecimento é visível em cidades de todos os tamanhos: tapumes, gruas e obras em andamento dominam a paisagem. Os primeiros dados de 2024 confirmam o crescimento. Em Curitiba, por exemplo, 5 mil imóveis foram vendidos no primeiro semestre, um recorde com velocidade de vendas 36% maior que no mesmo período de 2023. Além disso, outras 5 mil unidades foram lançadas no mercado, e 45% delas já foram comercializadas. Londrina também se destaca, com queda significativa no estoque disponível.
“Historicamente, o segundo semestre tende a superar o primeiro, e a tendência é que a curva continue em ascensão”, afirma Thomas Gomes, presidente da Ademi-PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná).
Por que o mercado está em alta?
O pleno emprego no Paraná é um dos principais fatores por trás desse crescimento. A estabilidade econômica dá confiança aos consumidores que desejam comprar um imóvel, trocar de residência ou investir no setor.
Desafios para 2025
Apesar das boas notícias, o setor deve enfrentar desafios em 2025. A elevação da taxa Selic, prevista em 11,75% para o próximo ano, e as novas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal podem frear o ritmo de crescimento. A Caixa agora exige entrada de 30% no modelo SAC e 50% na tabela Price, dificultando o acesso ao crédito imobiliário.
Outro desafio está na diversificação de produtos. Enquanto Curitiba tem foco em imóveis compactos de padrão médio e alto, falta atenção à habitação econômica e de interesse social. Kahtalian destaca que, em São Paulo, 40% do mercado é composto por produtos desse segmento. Segundo ele, “precisamos enfrentar essa questão com uma discussão ampla, mas que avance. Do contrário, a cidade perde a capacidade de atrair população e a economia como um todo se fragiliza”.
Tendências que vêm por aí
Além de questões econômicas, fatores tecnológicos e comportamentais também impactam o mercado imobiliário. Confira algumas tendências que ganharão força:
- Tecnologia nas obras: Com a escassez de mão de obra na construção civil, as empresas investirão em soluções industrializadas para acelerar e otimizar os projetos.
- Design diferenciado: Não basta oferecer boa planta, localização e preço competitivo. Imóveis com design atrativo e espaços bem planejados conquistam mais compradores, especialmente os que buscam melhorar de residência.
- Sustentabilidade: A eficiência energética e o uso consciente de recursos naturais seguem como prioridades. Eventos climáticos extremos e a Conferência Mundial do Clima, que será realizada no Brasil em 2025, mantêm o tema em evidência.
- Inteligência Artificial: Ferramentas como tours virtuais, chatbots e anúncios inteligentes serão ainda mais exploradas, otimizando processos e aprimorando o atendimento ao cliente.
- Mudanças demográficas: Com famílias menores e o envelhecimento da população brasileira, os empreendimentos precisam se adaptar a novas demandas, tanto no design dos imóveis quanto nos serviços oferecidos.
Apesar dos desafios, o setor imobiliário está otimista e preparado para inovar, acompanhando as tendências e enfrentando os “barulhos externos” mencionados por especialistas. O que 2025 reserva para o mercado, no entanto, dependerá de como o cenário macroeconômico e as estratégias do setor se desenrolarão.
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Informações retiradas de Sharon Abdalla à Haus