Eles já brilharam em diferentes áreas do entretenimento, como novelas, programas de auditório e esportes. Recentemente, decidiram direcionar os holofotes para um novo propósito: a venda de imóveis. Personalidades como a apresentadora Mara Maravilha, os atores Marcello Antony e Victor Pecoraro, além do goleiro bicampeão mundial de futsal Tiago de Melo Marinho, encontraram no mercado imobiliário uma nova oportunidade de sucesso.
Os famosos afirmam que suas carreiras anteriores ajudam a atrair negócios. Mara, por exemplo, se apaixonou tanto pelo ramo que criou o reality show “Batalha dos Corretores”, transmitido pela Rede Gospel, com mais temporadas previstas para 2025.
O mercado imobiliário atrai cada vez mais profissionais. Segundo o Cofeci, o setor ganhou 117 mil novos trabalhadores em 2024, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Para atuar, é necessário concluir um curso de Técnico em Transações Imobiliárias (TTI) ou graduação em Gestão Imobiliária, além de obter registro no órgão regional. Tiago Marinho, por exemplo, atua no litoral catarinense, em cidades como Balneário Camboriú e Itapema, e planeja ingressar no mercado de luxo. “Decidi aproveitar minha visibilidade em outro ramo, e o mercado imobiliário chamou minha atenção”, diz ele.
Victor Pecoraro, conhecido por novelas como Chocolate com Pimenta e Os Dez Mandamentos, iniciou no mercado imobiliário em Florianópolis, convidado por um amigo. Ainda sem formação, ele atua como intermediário, enquanto conclui o curso. Já Marcello Antony, vivendo em Portugal, não precisou de formação específica e usa sua experiência e imagem para atrair clientes. “Minha imagem ajuda bastante. As pessoas me procuram diariamente oferecendo propriedades para que eu trabalhe”, afirma.
Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Crecisp, boa comunicação e relacionamento são essenciais para um corretor. “Geralmente as pessoas que se dão bem na profissão querem ajudar os outros enquanto são remuneradas por isso”, explica. Ele alerta, no entanto, que o trabalho exige dedicação e envolve desafios.
Especialização também é um diferencial. Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s, destaca a importância de atuar em um nicho e conhecer bem a dinâmica urbana, situação econômica e questões jurídicas do mercado. Além disso, ele reforça a necessidade de resiliência: “Muitas vezes a venda volta à estaca zero ou há problemas contratuais. É essencial estar bem emocionalmente para lidar com essas situações”, conclui.
“Por exemplo, um corretor de imóveis populares vai vender naquela faixa social na qual ele vive. Não adianta ele querer vender um imóvel de um milhão, ele não vai ter cliente, ele não vai ter o contato. Ele não vai encontrar no meio dele pessoas que tenham esses recursos”, diz Viana Neto. “Você vai encontrando as pessoas que estão ali dentro daquele quadro social, cultural, e ali fazem negócio”.
Os corretores de imóveis podem se especializar tanto no padrão do imóvel, como também em uma determinada cidade, bairro ou região. Encontrar um nicho de atuação é recomendado até para a contratação do profissional em uma imobiliária. Marcello Romero, CEO da imobiliária de luxo Bossa Nova Sotheby’s afirma que “é muito difícil hoje ser um corretor que atende todos os bairros de todas as faixas de valores. Obviamente você precisa se especializar, e o mercado de alto padrão é um nicho muito procurado”.
Além da especialização no nicho, Romero acredita que para ser um bom corretor de imóveis é necessário estudar sobre a situação econômica do país e qual o impacto no mercado imobiliário, entender de direito imobiliário para auxiliar nos contratos, estar atualizado nas redes sociais e procurar saber sobre a dinâmica urbana do local de atuação.
O CEO também incentiva os corretores de imóveis a estarem bem emocionalmente. Segundo uma pesquisa de mercado da Bossa Nova Sotheby’s, um corretor do padrão da empresa faz em média entre 60 a 80 visitas em imóveis com clientes distintos para conseguir concluir uma única venda. “Tem muitas pessoas que banalizam, mas acontece muitas vezes da venda voltar para a estaca zero, ou de haver problemas de documentação ou contrato, então a gente briga para que os corretores estejam bem emocionalmente para lidar com essas situações”, diz Romero.
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Informações retiradas de Estadão