Quem observa os grandes centros urbanos do Brasil, como São Paulo e Florianópolis, pode pensar que o espaço para novas construções é escasso. Contudo, um estudo inédito desmente essa percepção e apresenta dados valiosos para o setor imobiliário.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançou, nesta quarta-feira (11), o Índice de Demanda Imobiliária (IDI). Desenvolvido em parceria com o Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, o indicador analisa o potencial imobiliário de 61 cidades brasileiras para imóveis de padrões econômico, médio e alto, utilizando dados oficiais e transações reais anonimizadas.
São Paulo lidera, mas demanda exige estratégia
Com um déficit habitacional de cerca de 400 mil moradias – equivalente a 6,5% do déficit nacional, segundo dados da Prefeitura de São Paulo em 2023 – a capital paulista se destaca pela alta demanda. “Esse número é um reflexo do tamanho e da dinâmica da cidade, que garantem uma demanda consistente para diferentes padrões de empreendimentos. Além disso, São Paulo apresenta alto desempenho em vários indicadores do IDI, reforçando sua atratividade”, destaca Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica no Ecossistema Sienge.
Porém, o sucesso de empreendimentos não depende apenas da demanda. Gabriela enfatiza a importância de alinhar o tipo de imóvel às necessidades da região e adotar estratégias de precificação eficazes. “Em um mercado tão diversificado como o de São Paulo, entender as especificidades de cada zona da cidade é fundamental.”
O IDI também está se preparando para análises mais segmentadas, com planos para um ranking por regiões dentro da capital paulista, visando decisões ainda mais assertivas.
Rankings: as cidades com maior atratividade imobiliária
Padrão Econômico (Renda familiar: R$ 2 mil a R$ 12 mil)
- Curitiba (PR) – Nota 0,883
- Fortaleza (CE) – Nota 0,858
- São Paulo (SP) – Nota 0,787
- Goiânia (GO) – Nota 0,744
- Aracaju (SE) – Nota 0,732
Padrão Médio (Renda familiar: R$ 12 mil a R$ 24 mil)
- Goiânia (GO) – Nota 0,794
- São Paulo (SP) – Nota 0,790
- Brasília (DF) – Nota 0,713
- Florianópolis (SC) – Nota 0,657
- Curitiba (PR) – Nota 0,656
Alto Padrão (Renda familiar acima de R$ 24 mil)
- São Paulo (SP) – Nota 0,859
- Goiânia (GO) – Nota 0,807
- Florianópolis (SC) – Nota 0,748
- Brasília (DF) – Nota 0,726
- Belo Horizonte (MG) – Nota 0,713
Como o IDI é calculado?
O IDI combina seis indicadores principais, cada um ponderado para refletir sua relevância:
- Demanda: Avalia o número de potenciais compradores. (Fonte: IBGE)
- Dinâmica Econômica: Mede a geração de renda e emprego. (Fontes: IBGE, CAGED e Receita Federal)
- Ofertas de Terceiros: Analisa a concorrência e saturação do mercado. (Fonte: Portais de venda na internet)
- Demanda Direta CV CRM: Mede a procura ativa por imóveis.
- Atratividade de Antigos Lançamentos CV CRM: Examina o desempenho de empreendimentos com mais de 12 meses.
- Atratividade de Novos Lançamentos CV CRM: Avalia o potencial de empreendimentos recentes.
As cidades recebem uma nota de 0,000 a 1,000 e são classificadas em cinco categorias de atratividade: Muito Alta, Alta, Média, Baixa e Muito Baixa.
Com insights detalhados e rankings claros, o IDI se consolida como uma ferramenta essencial para estratégias no mercado imobiliário.
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Informações retiradas de Exame