A variação do preço do aluguel, medida pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), alcançou em outubro seu menor nível no ano, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice recuou 0,89%, a menor taxa desde dezembro de 2023 (1,16%) e inferior à registrada em setembro (0,33%). No entanto, especialistas alertam que o movimento não indica uma tendência de queda sustentável.
De acordo com o economista da FGV, Matheus Dias, o recuo reflete um ajuste no mercado, que passou por diversas altas ao longo do ano. “Por isso é muito cedo para sabermos se isso é uma tendência de reversão de alta [no Ivar]. Não víamos uma queda desde julho no indicador [de -0,18%]”, explicou.
Desempenho nas capitais
A FGV analisou a variação do Ivar em quatro capitais. Confira os resultados de setembro para outubro:
- Rio de Janeiro: de 0,56% para -3,18%;
- Porto Alegre: de 2,05% para -1,41%;
- São Paulo: de -0,49% para -1,13%;
- Belo Horizonte: de -0,45% para 3,28%.
Embora três capitais tenham registrado queda, Belo Horizonte foi a exceção, com alta significativa. Segundo Dias, isso demonstra a volatilidade do mercado imobiliário e reforça a necessidade de uma análise mais ampla.
Contexto econômico e influência da Selic
O mercado imobiliário é diretamente impactado pelas taxas de juros. Com o retorno do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, a alta da Selic tem pressionado as taxas de financiamento imobiliário. Isso desestimula a compra de imóveis e aumenta a demanda por locação, o que pode levar a novas altas nos preços do aluguel.
O que tivemos [com a queda] é que os preços [do aluguel] estavam em patamar elevado e isso em um contexto de restrições orçamentárias [por parte do locatário], destacou o economista. Segundo ele, os proprietários estão ajustando os preços para se alinhar à capacidade de pagamento dos inquilinos.
Análise de longo prazo
Para avaliar tendências, Dias sugere analisar o acumulado em 12 meses do Ivar, que recuou de 12,29% em setembro para 9,32% em outubro. Apesar da queda, ele ressalta que o índice ainda está acima dos principais indicadores inflacionários.
O economista concluiu: Creio que houve foi o preço [do aluguel] se ajustando, para que se tenha negócios de locação.
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Informações retiradas de Valor Econômico