A Caixa Econômica Federal está otimista quanto ao aumento do crédito imobiliário, mesmo em um cenário de restrições financeiras. A instituição espera fechar 2024 com R$ 25 bilhões a mais, atingindo um total superior a R$ 200 bilhões em contratos ativos.
De acordo com executivos da Caixa Econômica, a meta será alcançada, apesar das limitações impostas aos compradores de imóveis de maior valor, que agora podem financiar apenas propriedades de até R$ 1,5 milhão pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Essa mudança foi motivada pelo aumento de saques nas cadernetas de poupança, impulsionados por investimentos mais lucrativos disponíveis no mercado.
Embora o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tenha sofrido algumas perdas, a recuperação do emprego ajudou a mitigar a redução dos recursos. O governo também está tentando limitar os saques-aniversários, que já retiraram cerca de R$ 100 bilhões das contas do FGTS.
Para contornar essas dificuldades, a Caixa planeja realizar sua primeira experiência com a securitização de títulos. A intenção é converter 10% da sua carteira imobiliária em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), o que pode gerar aproximadamente R$ 20 bilhões. Atualmente, a Caixa possui cerca de R$ 800 bilhões em contratos ativos.
Embora o valor a ser levantado seja considerado modesto, principalmente devido às elevadas taxas de juros, a Caixa pretende aumentar a oferta de CRIs assim que a Selic, a taxa básica de juros, alcançar 8,5% ao ano. Com a diferença entre a taxa atual de 10,75% e a taxa desejada, a instituição poderá oferecer melhores retornos aos investidores interessados nesses títulos.
Recentemente, a Caixa participou da estruturação e distribuição de CRIs para uma incorporadora, que gerou R$ 2 bilhões, demonstrando o interesse do mercado mesmo com as taxas de juros atuais.
Os recursos obtidos com a venda desses títulos serão utilizados para apoiar a concessão de novos empréstimos imobiliários nos próximos anos. Além disso, essa estratégia visa atrair bancos tradicionais e de investimento para o financiamento imobiliário.
Atualmente, a Caixa detém cerca de 70% do crédito habitacional no Brasil, enquanto os bancos privados, como Itaú, Bradesco e Santander, têm uma participação bem menor nesse segmento. Com a securitização, a Caixa acredita que os bancos atuarão como investidores, mantendo os papéis em carteira ou distribuindo-os a seus clientes, o que pode ampliar ainda mais sua presença no crédito imobiliário nos próximos anos.
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Informações retiradas de Julio Wiziack à Folha de São Paulo