O mercado imobiliário brasileiro apresenta sinais claros de recuperação, impulsionado principalmente pelo aumento da intenção de compra de imóveis. Segundo a pesquisa mais recente realizada pela Brain Inteligência Estratégica, no 3º trimestre de 2024, 46% dos brasileiros afirmam ter a intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses. Esse número marca um crescimento de 15 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, apesar de uma leve queda de 2 pontos em comparação com junho de 2024.
Geração Z lidera intenção de compra
Entre as diferentes gerações, a Geração Z (21 a 27 anos) se destaca, com 51% de seus representantes manifestando o desejo de comprar um imóvel nos próximos dois anos. Logo atrás está a Geração Y (28 a 43 anos), com 49% de intenção de compra. Por outro lado, a Geração X (44 a 59 anos) apresenta o menor índice, com 61% dos entrevistados afirmando que não planejam adquirir um imóvel dentro desse período.
Esse forte interesse das gerações mais jovens está relacionado a uma série de fatores, como o desejo de independência financeira, a saída da casa dos pais e a busca por investimentos em bens de capital. Além disso, o aumento do trabalho remoto após a pandemia também estimulou essas gerações a priorizarem a compra de imóveis como forma de consolidar suas bases familiares e profissionais.
Principais motivações para compra
A pesquisa também revelou as principais motivações que levam os brasileiros a quererem adquirir um imóvel. O fator mais mencionado é o desejo de não pagar mais aluguel, apontado por 27% dos entrevistados. Além disso, 20% afirmam que buscam trocar de residência para uma maior, enquanto 51% destacam que a compra está relacionada a transições de vida importantes, como casamento, mudança de cidade ou busca por maior conforto.
Outro dado relevante é o fato de 28% dos entrevistados que têm intenção de compra indicarem que pretendem realizar a aquisição em até um ano, um indicativo de que o mercado pode experimentar um aquecimento nas negociações a curto prazo. Além disso, 14% dos brasileiros já iniciaram o processo de busca, seja de forma online (8%) ou presencial (6%).
Diferenças regionais e econômicas
A região Sudeste do Brasil se destaca como a área com maior intenção de compra, com 54% dos moradores manifestando interesse em adquirir um imóvel nos próximos dois anos. Já a região Sul apresentou o menor índice de intenção de compra, com apenas 41%. Esse dado reflete as diferentes realidades econômicas e o desenvolvimento do mercado imobiliário em cada região do país.
No que diz respeito à renda familiar, os entrevistados com rendimentos acima de R$ 15 mil mensais são os que demonstram maior propensão a comprar, com 52% de intenção de compra. Por outro lado, a menor intenção foi registrada entre aqueles com renda familiar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, com 42%. A pesquisa indica que, para os brasileiros com menor poder aquisitivo, a prioridade ainda é a casa em rua (63%), enquanto para os de renda mais alta, há uma divisão entre casas em ruas (36%) e apartamentos (44%).
Preferências no tipo de imóvel
A preferência por determinados tipos de imóveis varia conforme a faixa de renda e a localização geográfica. De maneira geral, a casa em rua é o tipo mais desejado pelos brasileiros, sendo a escolha de 54% dos entrevistados. Esse número é ainda maior entre aqueles com renda entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, com 63% preferindo esse tipo de moradia.
Para aqueles com rendas superiores a R$ 15 mil, a preferência por casas em ruas é de 36%, mas apartamentos ganham força, com 44% dos respondentes nessa faixa de renda demonstrando interesse. Além disso, a pesquisa revelou que, em regiões de maior urbanização, como as capitais, a busca por apartamentos é mais expressiva, enquanto no interior, as casas em ruas e condomínios fechados são mais desejados.
Expectativas para o mercado imobiliário
Com 28% dos entrevistados planejando realizar a compra de imóveis em até um ano, o mercado imobiliário brasileiro pode continuar aquecido. Essa expectativa de concretização de negócios, combinada com a intenção de compra de quase metade da população, sugere que o setor continuará a desempenhar um papel fundamental na economia do país nos próximos meses.
Além disso, o aumento da demanda entre as gerações mais jovens, que procuram por independência e qualidade de vida, reforça o papel dos imóveis como investimentos seguros e desejados. A evolução das preferências regionais e o impacto da renda familiar no tipo de imóvel escolhido são elementos-chave que continuarão a moldar o comportamento dos consumidores.
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Texto por: Flavia Barbosa