Com a taxa de juros em alta, muitos se perguntam: ainda é vantajoso investir em imóveis? A especialista Daiana Pântano responde que sim, mas com cautela. O cenário atual exige mais planejamento e diversificação. Embora a Selic, hoje em 10,75%, traga desafios — como o aumento dos custos de construção, encarecimento de financiamentos e a atratividade da renda fixa —, o mercado imobiliário ainda se mantém como uma opção segura a longo prazo.
Daiana lembra que, em 2015, quando a Selic chegou a 14,25%, o setor desacelerou, e o impacto atual tende a ser semelhante. Quanto maior a taxa de juros, mais devagar o mercado imobiliário se movimenta. No entanto, imóveis são investimentos pensados para o longo prazo, não para retornos rápidos.
Segundo dados do FipeZap, a valorização imobiliária no Brasil pode superar a inflação em até 40%, tornando-se uma opção mais estável que ações ou alguns tipos de investimentos bancários durante crises. O ponto principal aqui é que imóveis são para quem busca segurança e estabilidade ao longo do tempo, não ganhos imediatos.
Daiana destaca que nem todos os tipos de imóveis têm a mesma resiliência. Imóveis para locação de curta temporada, por exemplo, têm se mostrado mais fortes, mesmo em períodos de alta da Selic. No entanto, é preciso estar atento às regulamentações locais que podem afetar esse tipo de locação.
A diversificação é essencial. Não se deve investir todo o patrimônio em imóveis, apesar da segurança desse tipo de investimento. Com a Selic alta, a renda fixa também se torna interessante, oferecendo cerca de 1% de retorno ao mês, o que pode ser uma boa oportunidade para quem busca equilíbrio entre o mercado financeiro e o imobiliário.
Para quem busca segurança diante de um cenário político e econômico incerto, investir em imóveis continua sendo uma boa opção, desde que feito com estratégia. Escolher a localização, infraestrutura e conhecer a construtora são fatores importantes para minimizar os riscos.
Outro ponto importante é contar com profissionais qualificados para guiar o investimento, evitando armadilhas. Daiana ressalta a importância de expectativas realistas: não há milagres no mercado imobiliário. Promessas de duplicar o patrimônio rapidamente são ilusórias. Um retorno de 1% ao mês é excelente, e qualquer valor acima disso deve ser visto com ceticismo.
No final, o “tijolo” continua a ser uma moeda forte, mas, como em todo investimento, exige conhecimento, planejamento e paciência. O mercado imobiliário permanece um porto seguro para quem sabe onde e como investir.
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Informações retiradas de Elisa Rosenthal à Exame