A Caixa Econômica Federal está expandindo sua atuação no setor imobiliário, além dos tradicionais empréstimos para compra e construção de imóveis. A instituição está aproveitando seu banco de investimento para criar operações no mercado de capitais, oferecendo novas alternativas de crédito para construtoras e oportunidades para investidores institucionais especializados no segmento.
Com a maior carteira de crédito imobiliário do país, avaliada em R$ 780 bilhões, a Caixa está posicionada para preencher lacunas que o financiamento tradicional não cobre. A experiência do banco na avaliação de projetos, engenharia, fluxo de caixa e comportamento dos mutuários é vista como uma vantagem competitiva nesse novo projeto. “Queremos fechar o ciclo de tudo que envolve financiamento imobiliário”, disse Tarso de Tassis, vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, em entrevista.
Três Grandes Eixos de Atuação
O plano da Caixa envolve três grandes frentes:
- Emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs): Esses títulos são lastreados nas receitas das construtoras, como vendas de apartamentos e crédito a clientes, e representam uma forma de financiamento alternativo para as empresas.
- Assessoria Financeira: O banco irá auxiliar as construtoras na captação de recursos para diversas necessidades, como compra de terrenos, conclusão de obras e financiamento-ponte. A assessoria também abrange projetos de desenvolvimento, atraindo investidores institucionais para apoiar novos lançamentos, e projetos de recuperação, ajudando empresas com obras paralisadas por dificuldades financeiras.
- Consultoria para Investidores Institucionais: A Caixa atuará como ponte entre investidores e oportunidades no setor imobiliário, desenvolvendo fundos de investimento, permuta de terrenos e injeção de capital em empreendimentos.
O objetivo é centralizar e simplificar a oferta desses produtos tanto para construtoras quanto para investidores. “Muitas vezes, esses produtos já estão disponíveis em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, mas a Caixa tem conhecimento do mercado imobiliário em todo o Brasil e pode conectar capital a empresas de várias regiões”, explica Tassis.
Fase de Testes
A Caixa já iniciou a fase de testes dessa nova estratégia, com 19 operações em andamento e uma concluída. Os projetos têm um potencial de vendas estimado em R$ 2,3 bilhões. A previsão é realizar 20 novas operações em 2025 e 40 em 2026. “Se funcionar, vamos acelerar. Se não, revisaremos”, disse Marco Buzzo, superintendente de Mercado de Capitais da Caixa.
O banco também mapeou 400 gestoras de recursos interessadas em investir no setor imobiliário, iniciando conversas sempre que surgem oportunidades de investimento. A Caixa acredita que sua experiência no setor e o acesso a um grande volume de dados do mercado de construção civil podem ajudar a reduzir riscos e atrair mais investidores, oferecendo um grau maior de segurança nos aportes.
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Informações retiradas de Giordanna Neves (Broadcast), Circe Bonatelli (Broadcast), Cícero Cotrim (Broadcast) e Matheus Piovesana (Broadcast) ao Estadão