Segundo Anita Scal, sócia-diretora da Rio Bravo, diversas tentativas de negociação com a WeWork, intermediadas pela Alvarez & Marsal, não evoluíram. A proposta da empresa, que incluía uma redução no valor do aluguel, foi rejeitada pelos coproprietários do fundo, que detém 34,81% do edifício. Apesar do impacto causado pela inadimplência, a gestora permanece confiante na liquidez do imóvel, localizado em uma área valorizada de São Paulo.
Em comunicado à Exame, a WeWork afirmou desconhecer qualquer ordem de despejo, ressaltando que segue operando em todos os seus prédios no Brasil. A empresa declarou que suas medidas visam acelerar as negociações para soluções que beneficiem todo o ecossistema.
Além do RCRB11, a WeWork também está inadimplente com outros sete fundos imobiliários (FIIs), incluindo o Torre Almirante (ALM11), Vinci Offices (VINO11) e Santander Renda de Aluguéis (SARE11). Alguns, como o VINO11, também obtiveram liminares de despejo.
A situação da WeWork não afeta apenas os FIIs, mas também proprietários diretos. A HBR Realty protocolou uma ação de despejo em 2 de setembro por falta de pagamento de aluguéis no HBR Corporate Faria Lima. A WeWork também enfrenta uma ordem de despejo no edifício Grande Ufficiale Evaristo Comolatti, na Avenida Paulista, com uma dívida de R$ 4 milhões.
A crise da WeWork, que chegou a valer US$ 47 bilhões, se intensificou após sua recuperação judicial nos EUA, onde a empresa tenta reestruturar uma dívida de US$ 18,6 bilhões. No Brasil, a devolução de imóveis pela companhia pode aumentar a taxa de vacância de escritórios em São Paulo em 1,45 pontos percentuais, segundo a plataforma SiiLA.